domingo, 28 de setembro de 2008

segunda parte.

essas horas, esses blocos que precisam ser vividos.
Podemos adormecer, podemos fugir e ele estará ali.
Elas trazem a música que ele compõe desde sempre para
que nos lembrássemos que é preciso viver. Mas eu creio
que ele para de contar [para cada um] no momento em que
o ar deixa de sustentar nosso corpo.
Eu acho que é tão preciso e tão arrepiante que gostaria
imensamente de pará-lo, sacudi-lo pra me certificar se esta
paralisado e suspirar, sentir o alivio de que já não é mais preciso
continuar. posso tremer em minhas pernas ou apertar os pés ou
arranhar a pele da mão direita: ao meu redor tudo se movimenta
em linhas brancas com círculos e formas coloridas que vejo de
olhos fechados, no meio da escuridão. Ele esta à espreita,
trazendo o ruído sedutor, a necessidade, o impulso. posso ficar
e nao ter mais coragem. Adormeço. Acordo e o ar da noite invade
a persiana. Devo levantar? algumas horas passaram e dessas não
me recordo. Elas eu nao amei ou odiei, não as senti ou vivi, mas
eram minhas. Devo enfrentar novos blocos e esperar que tudo se
acabe da mesma forma outra vez.


Marco A.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

;

nem tem ajudado muito.
esqueço de olhar para os lados,
por isso nao te vi. nao sei se é
importante planejar uma viagem.,
nem sei se quero tentar novamente.
e as coisas continuam iguais, a espera
é a mesma. o marasmo sem fim do
tédio incontrolável. O alguém continua sendo
o mesmo, mesmo com a vontade de mudar.
Saudade de cavar a terra.

Marco,

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

[degraus de cada Um]

Acho que escrevo igual, também acho que a esperança
está descascando a própria pele,
está caminhando: posso tocar sua sombra e os pedaços
que caem no chão. Quero
mudar esse horário e trocar a história de

[degraus de cada um] escadas!
bom ter notícias e querer desistir por elas. Sempre quero desistir.
Acho que desistir também é mudar. Então, sempre quero mudar.
não desisto por medo de qualquer coisa, mas por medo da
mudança.
Desisto de pensar nisso. é dificil querer não ser eu.
nao quero pensar nisso. insisto: como quatro caminhos,
como conhecer muitos ao mesmo tempo. como desligar
um e trocar pelo o que está ao lado. como enxergar a luz
e nao saber de onde ela vem.
Não quero essa coisa fixa, mas preciso esperar que a noticia
vire fato e que a paciencia que acumulei seja suficiente para
explodir uma liberdade ociosa.
não gosto de sentir tudo de novo, é como ler o que escrevo:
acho sempre igual.


Marco Antonio

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

.

gosto do meu reflexo na janela do ônibus.

domingo, 14 de setembro de 2008

então, haverá.

haverá um ano em que haverá um mês, em
que haverá uma semana em que haverá um
dia em que haverá uma hora em que haverá
um minuto em que haverá um segundo e
dentro do segundo haverá o não tempo sagrado
da morte transfigurada.

clarice L.