sexta-feira, 7 de agosto de 2009

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não, hoje não. acho que nem amanhã. lembrei que passei da
fase de organizar meu tempo de acordo com os teus
tempinhos. continue me ligando com voltinhas e continuarei
comendo com música. tenho todas essas páginas pra mastigar,
sentir o gosto, a textura, mas não engolir.
tenho todas essas horas pra enrolar com você e não dormir

com você

sempre me rendo, mesmo sentindo que o dinheiro esta acabando.
sempre termino, mesmo sabendo que não podia ter vindo; e
esse poder é pura invenção da minha tentativa de ser só assim.
de não querer ir mais. ser menos. fazer outro. de ser assim só.


botei na balança, você não pesou.
botei na peneira e você não passou.

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estou aqui, sim. fiz quase todas as coisas que me pediram, passei

em todos os lugares, dividi todos os pedaços, fingi não ver todas
as pessoas que não queria ver e ainda não peguei no sono. ou o
sono não me pegou. um belo dia VOU resolver mudar e arranjar
uma vida vulgar, haha. essas músicas não me agradam mais,
nenhuma delas. vão repetindo sem parar; canto todas elas até a
metade, quando
lembro que não me agradam mais, então vou
trocando. isso significa que
acostumamos tanto com as coisas que
não gostamos mais, que esquecemos que já não gostamos delas,
certo?

vejo
escudos amarelos na parede: imagino-os nos muros, postes,
jornais,
espalhados pela cidade como propaganda barata de produto
inútil que
todos querem desesperadamente comprar; mas eu acordo
e digo que não estão à venda e a propaganda continua lá. faz tanto
sentido pra mim... e mesmo assim, insisto em dizer que não me
entendo,quando obviamente só eu mesmo posso compreender
essas palavrasque se atropelam, como a dispersão de uma onda sobre
a outra,
quebrando sem se acabar.