alphabet Town.
as vezes percebemos que pessoas não querem pessoas ou
relacionamentos, elas só querem encontrar possibilidades
possibilidades de ter aquele drama bonitinho de seriado
possibilidades de pelo o menos uma vez sentir o amargo no
peito e reclamar dele, mas no fundo sentir que ele faz a vida
pulsar e que sem tudo isso o resto é só o resto, porque
quando ele pulsa, ninguém importa. nada importa. tudo
importa. agora tudo importa, tudo pesa. nada se encaixa, mas
tudo parece ter sido premeditado. eu, que vivia me afogando
em "se tivesse" ou "se não tivesse", percebi que minhas
atitudes são pequenas ao poder que as pessoas tem de
modificar tua confiança e tua preocupação e teu querer bem.
o que não importa mais é resolver tudo, pois essas coisas
feitas não tem resolução. e pensar que podem ter tantos
culpados, tantos "se", tantos momentos em que pessoas
deveriam ter freiado, se controlado ou só terem cuidado
dos sentimentos e fatos que lhe dizem respeito. me sinto
no centro de uma sala fria, rodeado de crianças que ainda
não tiveram o momento de crescer e ter seus próprios
relacionamentos, que não percebem as coisas fódas da vida
e que não conseguem manter uma atitude linear e congruente
pq no fundo acham que sentem muito mais do que sentem
de verdade. não é demais querer certa segurança, menos
instabilidade e controle. coisa de adulto que nem tão velho
precisa ser, mas também não precisa ser menininha
frágil se perdendo histéricamente. no fim, passei um dia liso,
tentando não pensar em nada disso. não vejo horizonte,
nem futuro, nem coisa próxima e preciso -só uma vez -
me ver tão meu que.