quinta-feira, 20 de março de 2008

evening.

Agora recordo todas aquelas luzes e o colchão no meio do salão,
a cena parece viver novamente;
Espero ansioso o próximo dia, mas está tão distante quanto
o final do meu expediente.
Impressiono-me –deveria?- com as novas ações,

é tão surpreendente,
que tento atingir sempre o menor perto dela,
o que imaginei que ela acharia absurdo;
em resposta, ela sorri e propõe-me coisas infindáveis,
agrados desproporcionais.
Vejo em seus olhos a satisfação da minha mentira
é tão necessária, mais fácil, apesar de ser menos divertido.
Procuro algo que goste realmente,

alguma coisa que não fique apenas na euforia de
uma madrugada e depois repouse –sem ser terminado- sob a mesa,

afogando-se em papéis.
Parece bem isso diante de meus olhos,
aquele dia e as músicas que ouvia sem parar,

aqueles comportamentos que eu não suportava;
e era um dia longe, um ano longo que terminou sem final;
esqueci de despedir-me, de sentimentos ou pessoas;
foi tão fugaz e talvez não exista uma decisão que tenha

sido mais correta; e mesmo assim, a noite insiste em calar-me,
as horas compreendem incompatíveis o quanto me irritam.
Perco tanto tempo procurando por tempo, por exceções,
por palavras dispostas a me cegar, a me fazer rir e achar,
não suportável, mas normal, cabível;
a achar tudo maleável,
rigidamente vivo.


Marco Antonio :)