segunda-feira, 3 de agosto de 2009

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eu sou a noite de hoje.
e meus pensamentos só ficam no amanhã. me exclui dessa
putaria, guarde o amor, a paixão e enfie no seu cú. fugindo já já.

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dois pesos: duas medidas. era um atrás do outro, cada
segundo me carregando pra escuridão de um sono inquieto.
não estava dormindo nem lembrava de respirar.
quem é você? quem é VOCÊ? o telefone toca.
[oi]
(oi)
[te acordei?]
(sim)
[humm]
(me acordou)
[foi mal, que ta fazendo?]
(dormindo! tava, né...)
[quer sair?]
(oi?)
[quer sair c-o-m-i-g-o?]
(agora?)
[é]
(vamos onde?)
[pro meu mundo.]
(só vou se teu mundo tiver cama e aquecedor)
[meu mundo tem sexo]
(em 15 minutos)


flertamos loucamente pela segunda vez em uma semana.
vinho, miró, cartas, um beijo quando estou pensando em
ir embora. não solta a minha mão. não agora, finjo tudo
até amanhecer, como se tivesse dormindo a noite inteira.
lavo tua louça e organizo meu caos. tenho 3 dias inteiros e
o medo de não ter confiança por não ter certeza. fim de noite
em apartamento frio e desconhecido. sem dor, sem pensar:

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estou sem pernas hoje. saldo negativo, sem socorro,
tantas coisas e nenhuma droga que possa resolver
todas. tinha uma calça dentro da outra como quem
usa duas camisetas, engraçado. estou sem pernas
hoje, sem comprimidos, sem sono e com muita vontade
de dormir. eu preciso dormir. eu preciso passar, preciso
ter pernas amanhã e passar nessa merda.