domingo, 5 de outubro de 2008

.correr e desconhecer.

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droga, eu corri e eu vi. passei uma vez e te vi de costas,
achei que era, mas a cena parecia tanto com as [nossas]
cenas, claro que com outro cara, que eu preferi continuar
a correr. eu vi um corpo diferente, um rosto magro e o
cara de camisa preta, ok. preferi fingir que nao era mesmo.

continuei correndo, sufoquei, me faltava ar com aquele
vento gelado e meu corpo quente. Na volta, vinte minutos
mais tarde, já stava na descida, que antes foi subida,
correndo ainda, e vi de longe a camisa dele voando aberta.
jurava que podia ser outro alguém, mas o alguém se virou:
era exatamente você. acho que eu nao queria isso, eu
não gostei do cara da camisa, eu gostei de ver teu rosto
magro depois de todos esses meses.. tirei os fones de ouvido
e parei, tentando respirar. Eu só ia dar um 'oi', mas tu deixou
ele e caminhou pela calçada até a rua onde eu estava. Ele me
olhou e agora eu acho que ele não gostou de nos ver, onde eu
cheguei, eu devia estar com ciumes, nao estava (?).

deus! pra que conversar comigo, pra que dizer que eu nao
mando mensagens e dizer que na ultima vez que saiu de lá
resolveu nao voltar..? e o cara da camisa me observando
incomodado! Sim, eu esperava qualquer coisa numa corridinha
de domingo pela avenida deserta num dia de eleições, domingo
nunca dá nada bom. cansei de não reconhecer mais ninguem.


escrever ou não.

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.
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existe essa história com os personagens.
não consigo desenvolvê-la porque ainda
nao encontrei um enredo que me satisfaça,
se não estou gostando, não posso avançar
nisso. Falta um pouco de tudo, algo que fisgue
os meus olhos e que me faça esquecer das outras.
Quando tiver certeza de qual escreverei, quando
tiver apenas uma, a singular, a única e estiver
toda em mim, começo a escrever. Mas nada sai
muito bem, tudo é tolo e clichê demais,. confio
pouco em minhas próprias histórias e vivo elas
menos ainda.



Marco Antonio ~

ddd.

e agora tudo parece cair,
girar e
saltar pela garganta. são
tantas! e quando começo
a contar, parecem muito
mais a cada segundo. Depois de perceber
que deve haver mais entendimento que
ação, ainda não consigo controlar o que
tenho de esconder.
Penso, sei.
Finjo, também. Devo juntar-me aos outros
para deixar que o meu invento seja mais
genuíno.
Marco Antonio.