eu bufo, ele bufa, nós bufamos.
refletindo aqui sobre a busca: é sempre menos redonda
do que parece. começa exagerada, com grandes planos,
efervescendo a transparência das possibilidades. logo
aparecem os cantos, os pontos cegos e, a qualquer passo
mais lento, o descaso se alastra e ela se deita já cansada.
literatura não traz felicidade pra ninguém, era sobre isso
a nossa conversa. de um lado o sol, de outro a desconfiança
subindo velhos degraus. quanto tempo mais tudo vai
permanecer da maneira que não queremos? um telefonema
não te faz mais próximo de nada; estamos sentados bufando
sobre o que não dá mais certo em nós, sobre nossas coisas
em comum que não funcionam como ligação. não tenho
vontade, você não permanece: não temos chance de nada.