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estou aqui, sim. fiz quase todas as coisas que me pediram, passei
em todos os lugares, dividi todos os pedaços, fingi não ver todas
as pessoas que não queria ver e ainda não peguei no sono. ou o
sono não me pegou. um belo dia VOU resolver mudar e arranjar
uma vida vulgar, haha. essas músicas não me agradam mais,
nenhuma delas. vão repetindo sem parar; canto todas elas até a
metade, quando lembro que não me agradam mais, então vou
trocando. isso significa que acostumamos tanto com as coisas que
não gostamos mais, que esquecemos que já não gostamos delas,
certo?
vejo escudos amarelos na parede: imagino-os nos muros, postes,
jornais, espalhados pela cidade como propaganda barata de produto
inútil que todos querem desesperadamente comprar; mas eu acordo
e digo que não estão à venda e a propaganda continua lá. faz tanto
sentido pra mim... e mesmo assim, insisto em dizer que não me
entendo,quando obviamente só eu mesmo posso compreender
essas palavrasque se atropelam, como a dispersão de uma onda sobre
a outra, quebrando sem se acabar.