quarta-feira, 29 de outubro de 2008

jump in.

as pessoas aparecem. não sei bem se é como estou
pensando. estou sentado aqui e bem queria depender
menos de tudo isso; não me sobram mais as manhãs de
sábado, eu paguei por todos esses dias e nem
sei o que fiz com eles.
esvaziar toda a preocupação: ela me olha como se eu
não pudesse ter feito nada,
pois nos últimos dias eu exagerei. preciso entender que
daqui pra frente tenho que começar a fazer como todo o mundo:
'jump in'.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

.:.

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queria pedir pra parar. Eu acredito em você, mas todas
essas palavras, tudo o que tem me contado esta me
fazendo mudar. finjo que não, mas me pego sorrindo, me
acho colorindo esses meus cantos tão particulares, tão
encurralados que me dizem pra não confiar nas tuas palavras
doces. Mas elas são realmente doces e escorrem por onde
podem me tocar. queria pedir pra parar.
que não diga que sente se não for verdade. mas eu confio,
não tenho o que fazer agora.
se perdesse essa graça, estaria vazio, mas esse é o ponto no
fundo, a vaga lembrança do desespero e do medo de não tê-lo:
ele anestesia o fim e apressa a chegada da resoluçao inteira.
tudo esta sob falsos pilares, preciso substituí-los e isso nao
depende de mim nem de alguma coisa que eu já conheço.
Enquanto observo e espero,
me apoio nas palavras sussurradas e no teu sexo esperando sob
a luz rasa. As noites são melhores quendo tenho isso que tu
representa, mesmo que isso não seja tudo o que pode oferecer.
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Não acho mais bonito, sabe, capas cor-de-rosa
são cansativas demais. Não sei bem de onde surgiu
essa mancha.
quanto mais tempo tenho, menos coisas eu faço.
esses sorrisos espontâneos estão me confundindo,
nao tenho certeza e tenho medo de não ser o que espera.
quero voltar a ser quem não compra ameixas vermelhas.
tenho quase certeza de que não sou quem espera, como
naqueles jogos de labirintos: não nos achamos ou.., mas
ouvimos um ao outro. Preciso deitar nas almofadas e parar
de pensar em comprá-las: nao tenho mais dinheiro. posso
dormir o quanto quiser pois o dinheiro acabou. queria ter
certeza sobre teu rosto e teus pêlos, mas aquele vermelho
me ocupa inteiro;
preciso comprar todas antes que apodreçam,
preciso te conhecer antes que tudo isso passe e que eu
presenteie alguém - que não é você - com a ameixa mais
bonita,
porque entao já estarei indo embora,

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

ócio, decisões, não ter alguém =

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Como assim? não entendo o que não fiz o dia todo.
Não fiz história,
não fiz comida,
não fiz sorrisos,

não fiz cigarros. Devia ter feito alguma coisa.
Devia ter feito ondas com os dedos naquele copo vazio,
devia ter feito uma música e me
preocupado com tudo o que vem acontecendo.
As vezes olho pela janela e só posso ver essa parede verde que

começa com tijolos descascados e cheios de limo. Como assim?
agora penso que devia ver mais, mas eu não posso enxergar.
Quero te dizer que cada vez mais eu me vejo menos.Sim,
me
vejo agora: estou deitado de lado na cama, fones de ouvido

jogando Pink Floyd em mim, pés estendidos e cruzados, alguns
livros abertos sobre os vários travesseiros mostram que começo
e tento me prender a eles, mas não percebo muita coisa. A luz
tornou-se amarela novamente,
posso me ajudar, posso observar tudo, mas só quero te dizer que
esse estilo de relaxar e ser tão sexual é mentira. Não acredito que

tudo vá dar certo e
se o que venho pensando se confundir com que venho sendo,

serei eternamente essa dúvida fingida que não sai do lugar!
Entendeu?

eu vejo tudo o que acontece. Vejo o que acontecerá e o que

pode acontecer.
um deles está distante demais - é assim que o sinto -

pode adivinhar qual é?
Não sei,
trouxeram-me restos de pipoca doce e tentei dar um

significado a isso. Preciso dar significado para adivinhar o
que acontecerá. Por um momento acho que posso escrever
alguma história, mas precisarei dar vida à personagens,

precisarei continuar aqui deitado e meus pés já
se cansam e essas mesmas músicas tocando sem parar

transbordando em mim. As vezes eu olho e planejo tudo
tão bem que um cigarro
parece o topo: eu posso tanto e
fico muito bem. Então chegam esses trinta dias, essa data

terrível, essa renúncia e essa
promessa de festas, sempre odiei tanto essas festas que

começo a planejar fugir delas,
e planejo demais,

planejo coisas que me deixam mais longe,
cada vez mais longe dessa distância de mim mesmo.
Eu diria que quero ir, sabe? Mas tem tudo isso que envolve
tudo isso sobre EU ir e daí, o que posso fazer? sei lá.

Não fazer nada e esperar que a 'the wall' acabe.
Devo continuar olhando essa parede de tinta barata
ou trocar de janela
-ir até o quarto ao lado -

ou mesmo pular por alguma delas?
quero alguém que deite aqui e me ajude a enxergar.

tenho estado sozinho demais pra
fechar esses livros, pra acaba-los e vestir minha calça.

A música acabou.
O vento esta
forte e frio

e eu
fecho a veneziana.
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Marco Antonio

domingo, 19 de outubro de 2008

myself

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- joana não tem bunda.
- pensa nas mulheres gordas que descem apoiadas no corrimão.
- ela acha que é a metade e tem certeza que é formada por um reflexo.

m.A.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

i say no.

vou embora dessa merda,
nao quero decidir nada,
nao quero falar com ninguém,
preciso beber e decidir,
decidir e depois beber arrependido. vou embora agora,
logo que puder, assim que tudo terminar e
nao existir mais nada em que eu acredite e ninguem que
realmente importe. vou dormir enquanto ainda não fui !

terça-feira, 14 de outubro de 2008

bad day.

houve uma renuncia, mas junto com esse dia, uma grande
aproximação. Lembro que os pés pareciam maiores e maiores, dando uma
sensação de que nao tinham função, enraizando toda a existencia e toda a ligaçao
que no momento eu sentia com aquela voz trêmula. Teus lábios tremiam, meu
corpo tambem tremia, mas não me denunciava como a tua voz fazia contigo.
depois de muito tempo a conversa, a cumplicidade e a vergonha era a mesma. A
vontade de juntar nossos corpos era maior, quase inevitável, mesmo não podendo
acontecer. Senti todos os gomos em minha mão. O sulco escorrendo por meus dedos
e descendo, escorrendo. Olhei e procurei maior e maior altivez em meu caminhar,
queria olhar e fazer com que aquele momento - feito do acaso - fosse o mais
ensaiado possível, para que fosse tudo que um reencontro merecia. Embora tenha
acabado, larguei uma centelha de continuidade em teu punho, a sofridao que tremia
em teus lábios me dizia como podia ocorrer o caminhar dessas promessas.
Senti os punhos em meu nariz: o mesmo cheiro de anos atrás. Senti o peso de um
ombro. A possibilidade não esta em minhas mãos e mesmo assim sorrio
pateticamente e espero ansiosamente que o telefone toque. Estou esperando agora,
estou invocando a presença que esperei todo esse tempo. Como num pulo, estou no ar
ainda esperando voltar ao chão, milésimos de segundos adiante. Talvez estar no ar
e a sensação de querer cair seja melhor que sentir o chão sob os pés, mas ambas
são boas sensações. Elas fazem com que me sinta vivo e saber que ainda faço
teus lábios tremerem, ah, isso domina meu corpo inteiro, me entrega numa renúncia
em que esqueço do resto e mergulho aqui, onde posso me esconder e experimentar o
que foi terminado pelo o tempo e trazido de volta por ele.
Marco Antonio

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

gozo.

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que desestimulante.
por isso acho que deveriam congelar
ou mover no âmago do climax que nos
enfurece e enaltece. pois
o descanso é desestimulante
a frigidez do depois, o acaso
com que o passado repousa murcho no presente
faz com que eu diga que nao vale a pena viver,

até
o momento...........................................certo.

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Marco.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

três pessoas.

nao posso fazer disso um grande acontecimento,
fico esperando,
lendo e ouvindo essas músicas, e na minha vez de
caminhar ninguém me espera. Aceito o que me
oferecem e sempre vejo as mesmas coisas.

prometo que vou acabar com a babaquice, mentira!
porque eu sempre volto. nao posso dizer o quanto é
previsivel tudo o que vejo tu fazer., como se cada olhar
ao teu lado fosse uma previsão do que verei quando
estiver indo embora. é quase ciumento, acho que é
quase rídiculo ser você.

quero trocar as pessoas

continuar lendo e ouvindo essas musicas, mas sem esperar ninguém. nem a mim.





Marco Antonio

três papéis.

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,hoje vocês me chamam e de repente isso
pareceu engraçado.
preciso me fazer de infatigável, cubro o
rosto com a coberta azul ao invés de fechar a fresta por
onde o vento ecoa. Queria
aquela luz, a descida linear

a sobriedade que resplandesce em mácula. preciso dizer
a mim mesmo que estou cansado demais pra fazer dos
próximos anos o que os últimos meses não foram. existe
uma conexão que não se dá por conhecimento, corpo ou
livros iguais, mas por tempo., somos todos o mesmo se
encontrando em momentos certos e distintos pra cada
um.
preciso te contar que estou cansado demais pra aguentar
o que acho que acontecerá. tudo se caracteriza nisso. eu
esqueço coisas sob as coisas e nem ao menos me importo,
nem ao menos sinto falta. O horário era esperado e sentei
pra me apresentar. é, a imaginação esta fazendo da espera
uma coisa previsível, e como disse, CANSaTIVA.


Marco Antonio.

domingo, 5 de outubro de 2008

.correr e desconhecer.

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droga, eu corri e eu vi. passei uma vez e te vi de costas,
achei que era, mas a cena parecia tanto com as [nossas]
cenas, claro que com outro cara, que eu preferi continuar
a correr. eu vi um corpo diferente, um rosto magro e o
cara de camisa preta, ok. preferi fingir que nao era mesmo.

continuei correndo, sufoquei, me faltava ar com aquele
vento gelado e meu corpo quente. Na volta, vinte minutos
mais tarde, já stava na descida, que antes foi subida,
correndo ainda, e vi de longe a camisa dele voando aberta.
jurava que podia ser outro alguém, mas o alguém se virou:
era exatamente você. acho que eu nao queria isso, eu
não gostei do cara da camisa, eu gostei de ver teu rosto
magro depois de todos esses meses.. tirei os fones de ouvido
e parei, tentando respirar. Eu só ia dar um 'oi', mas tu deixou
ele e caminhou pela calçada até a rua onde eu estava. Ele me
olhou e agora eu acho que ele não gostou de nos ver, onde eu
cheguei, eu devia estar com ciumes, nao estava (?).

deus! pra que conversar comigo, pra que dizer que eu nao
mando mensagens e dizer que na ultima vez que saiu de lá
resolveu nao voltar..? e o cara da camisa me observando
incomodado! Sim, eu esperava qualquer coisa numa corridinha
de domingo pela avenida deserta num dia de eleições, domingo
nunca dá nada bom. cansei de não reconhecer mais ninguem.


escrever ou não.

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existe essa história com os personagens.
não consigo desenvolvê-la porque ainda
nao encontrei um enredo que me satisfaça,
se não estou gostando, não posso avançar
nisso. Falta um pouco de tudo, algo que fisgue
os meus olhos e que me faça esquecer das outras.
Quando tiver certeza de qual escreverei, quando
tiver apenas uma, a singular, a única e estiver
toda em mim, começo a escrever. Mas nada sai
muito bem, tudo é tolo e clichê demais,. confio
pouco em minhas próprias histórias e vivo elas
menos ainda.



Marco Antonio ~

ddd.

e agora tudo parece cair,
girar e
saltar pela garganta. são
tantas! e quando começo
a contar, parecem muito
mais a cada segundo. Depois de perceber
que deve haver mais entendimento que
ação, ainda não consigo controlar o que
tenho de esconder.
Penso, sei.
Finjo, também. Devo juntar-me aos outros
para deixar que o meu invento seja mais
genuíno.
Marco Antonio.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

passou meia hora. Isso foi antes ou depois de olhar os catalogos?
Nao sei, nao sei, nao sei. o telefone tinha tocado, sim, qual era o
horario? Gosto de quinta-feira, adoro clima assim, tempo chuvoso,
mas sem chover muito pra poder caminhar sem me molhar. Será que
estaria mais leve? talvez entre nós dois só eu sinta essa serenidade e
talvez nós dois enjoamos dela. Ela é uma merda. Tao grande quanto o
tempo que passa e nao sabemos se ja passou.
MArco.

aqui,.

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perder o controle,
observar a poeira branca no vento. Encontrar
bastante açucar e uma navalha.
Deito sobre um tapete onde repousam as
ferramentas cheias de digitais. Sinto que
estou exausto,
e nada começou a correr como deve acontecer.

Marco Antonio :)