domingo, 31 de maio de 2009

it's over, so over

não vou roubar culpa nenhuma, não vou falar 'é complicado',
não vou mais chegar em casa de madrugada e escrever
enquanto tua bebida não me deixa dormir. foi tão. eu me
senti tão. estranho, como essas coisas e pessoas sem
importância alguma podem te magoar quando a noite está
muito fria, quando a música é alta demais e, principalmente,
quando essa pessoa faz questão de fazer alguma coisa.
você sabe, de propósito. geralmente sei o que fazer: saio em
silêncio como quem deixa um recado óbvio, como Meredith
Grey falando " it's over, so over ". essas situações têm sido
tão periódicas que já não consigo ir por mim mesmo.
Pessoas são tão estranhas que podem te abraçar, dizer
que gostam de você, questionar seus sentimentos e, no
trajeto de você ir até o bar comprar uma água e voltar
dez minutos depois, essa mesma pessoa está beijando outro
alguém. coisas da vida moderna. não é complicado,
culpa moderna que não vai retroceder e que não vou
participar ou roubar pra mim.

'so so so over,' seu imbecil de dois meses.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

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pedindo músicas pra tentar não pensar.

esse tempo não volta como novas escolhas,ele fica pra trás,

como vozes invadindo suas mãos até o cérebro.as vezes os

sonhos são como pagamentos e hoje dormi muito mais do que

podia, tenho sempre dormido mais.e onde andará aquele

manual prático que me ajudava a não afundar?

caindo caindo caindo sem ver nenhum pedaço, não vejo essas

partesque caem e por isso não percebo o quanto estou afogado.

uma vez era dinheiro e agora é só questão de espaço ou de tempo.

as vezes é vergonhoso ver o que fiz pra chegar, sinto que o

caminho foi mais vivo do que essa conquista: tenho ela nas mãos e

não sei o que fazer. extasiado por tê-la, não consigo aproveitar nada

disso. são tardes muito longas - e agora muito frias – e não posso

correr pra passar ou esquecer. posso, mas enxergo coisas que depois

pensarei que estão erradas. algumas pessoas fazem falta quando as

novas estão longe, me ache novamente: só quero ter meu tempo de volta.

só quero uma tarde com sentido, pra enxergar minha própria direção.


segunda-feira, 25 de maio de 2009

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Vou começar, juro que vou começar. Antes de dormir planejo
todo o meu 'amanhã'. Vou estar disposto, vou sorrir, vou voltar
a ler sem parar, vou estudar, vou parar de escutar o último do
Beck, vou parar de comer açucar, vou limpar esse teclado imundo,
vou voltar a escrever, vou me decidir com quem ficar, vou voltar
a ir na academia, não vou dormir a tarde toda, vou me organizar.
Vou começar, juro que vou começar.

Então o despertador toca: primeiro acho que estou sonhando
- sempre acho que estou sonhando com celulares e relógios,
se é que se pensa enquanto sonha e quase acorda - continua
tocando e eu tenho que acordar. Bocejo bem alto, o que faz minha
mãe bater na porta. Hoje vai ser o dia em que vou começar, penso,
hoje vou seguir tudo que planejei, hoje vou estar bem. Levanto e
sinto minhas pernas, a luz amarela, todas essas coisas que lembram
que nada acontece como realmente pensamos que iremos sentir. Eu
quero me sentir bem, mas tem sido tão dificil. Eu quero começar, mas
já não sei como se faz, tenho a sensação de que vai continuar assim
dia após dia e o medo de que eu perceba que o ano acabou trava
minhas pernas, atinge minhas costas; tenho essas dores ridiculas e
essa sensaçãode que nada mais tem graça. Ficar em casa é ruim, sair
é pior ainda. Espero não dormir essa tarde,
conseguir isso seria um bom começo.

sábado, 9 de maio de 2009

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a izzie andava me irritando, mas poxa, ela
nem pode morrer. e se ela ficar bem,
talvez resolva fazer alguma cirurgia, fazer
alguma coisa que não ser irritante, hein;

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solidão é pura pressão, uma merda, piração;
meus olhos ficam cansados, tenho vontade de
estar contigo, quando nos encontramos tenho
vontade de ir pra casa, quando chego em casa
tenho raiva porque voltei. etc. tenho colecionado
bilhetes e números de telefone, quando isso começa
a parar? sinto sede de coisas ásperas, fome de
coisas fáceis, vontade de coisas úmidas; deseducando
o que consegui nos últimos meses, vou desistindo
das poucas coisas que comecei a construir. sabe,
parece que tudo vai caindo, ou sendo menos dramático:
tudo meio sem graça depois de ter conseguido, que
me vejo calmo, calmo demais, calmo como não sabia
que podia ser. isso é bom, se alguns momentos de
confusão não invadissem essa calmaria blasé.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

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de não saber sobre o futuro. de amor. de propriedade.
de alma. de si mesmo. o tempo não parou de correr, mas
agora corre leve, folgado e sem objetivo. caminho rápido
pra chegar onde não quero; passo a noite esperando pra
encontrar alguém que não gosto; respiro o dia todo por
uma vida que devia ser.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

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Alguns dias estavam estranhos, diferentes. Tudo caminhava doloroso, queimando a pele como úlceras, dormindo o dia inteiro. e sabia que estavam diferentes, estranhos. Antes, apesar de querer dormir, não dormia. apesar de doer, a dor não crescia queimando e se multiplicando pelo o corpo. 

sábado, 2 de maio de 2009

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eu entendo esse tipo de recado,  não repita. 

estou com febre, dor e sem saco, nao repita.