quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

poor little rich boy.




nada agora apaga as imagens que tenho dos últimos dias:
todas borradas, sem foco, sem mim. tenho bebido da água
suada de não saber o motivo de estar tão assim. em alguns
dias acompanho exatamente o script que havia programado.
mas parece que não há tempo suficiente num dia só. são
tantas coisas pra ver, pra saber, pra fazer, pra guardar para
os próximos anos. estou numa espera idiota dos próximos
meses -não idiota por ser infundada, mas por ser desnecesséria-
os planos são apenas planos. nós dois sentamos:: tínhamos papel
e uma caneta: fizemos um ponto e prometemos continuar rabiscando
no papel a partir daquele ponto depois das férias. então, não
preciso ficar pensando no que rabiscarei: acho que trabalhar não
funciona com esboços, tudo vai acontecendo como deve. tenho
medo, sim. to ansioso, sim, e talvez por isso passar por dias tão
vazios me deixe nervoso assim.

estou afundado em episódios, listas de filmes pra assistir, lendo um
livro de como economizar dinheiro e ficar rico (acredite), escrevo
críticas de cada cd novo que ouço, mas por trás disso tenho uma
ânsia de estudar os rabiscos. os rabiscos não saem da minha cabeça.
quero esvaziá-la. quero só sentir o branco e parar de pensar em
como tudo devia ser preenchido. não é. não tem como ser forçado.
preciso dormir mais. preciso me sentir menos cansado. preciso
sentir que o que estou fazendo é realmente o que eu sou, que essa
realmente é minha vida e que ela vale sem que eu tenha alguém.


voltando aos rabiscos: devo dizer que entendo perfeitamente pq
me preocupo tanto com o futuro, pq penso tanto nisso. a coisa
está de um jeito que não me agrada completamente, então, ter
essa promessa de que algo vai acontecer, mesmo que não seja o
que eu realmente gostaria que acontecesse, me deixa excitado.
logo depois da excitação lembro que o que acontecerá não é o que
realmente gostaria, e que continuarei frustrado: sofro antecipadamente.
reclamo duas vezes: pelo o que está(ou não) acontecendo e pelo o
que acontecerá(ou não). simples assim. agora sinto rapidamente o inicio
do efeito de alguma coisa que tomei. vou ficar ali ouvindo Animal
Collective, lendo o próximo capítulo do livro que fala sobre as
estratégias de negócio do fundador do McDonald's: boriiiiiiiiiiiiing.
chato, mas dá uma sensação de que posso ficar rico só com minha
inteligência e que se poupar o dinheiro que gasto em cigarros, posso
ter uma casa em 50 anos, HAHAHAHA. falei pra
caramba e amanhã
apago esse post antes mesmo de começar a trabalhar. beijos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

.

não tenho nada a declarar. estou esperando, como sempre.
viagem de férias está dependendo de uma coisa que também
vai mudar outra coisa que vai mudar todo o resto.

.

sinto que tenho um problema quando preciso ver a data de um post
pra
saber que dia algo aconteceu. também quando volto a ouvir
Colorblind-Counting Crows repetidamente. quando todos os
cigarros fumados não foram suficientes. e quando tenho algo
tão importante pra resolver e fico me comportando como se
nada estivesse acontecendo, não desabafo com ninguém como
se os acontecimentos fossem se dissipar. fico em silencio tentando
demonstrar saber o que estou fazendo,
mas meu estômago treme treme treme, e dói: gritando uma
ansiedade que já desconheço. tenho medo dessas caras que ela
faz. tenho medo dos comportamentos estranhos em filas nessa
cidade do cu. tenho medo de estar desperdiçando tempo. e eu
nem sei qual dos caminhos é o certo a dedicar meus minutos.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

.

tudo girando, eu muito excitado com as possibilidades e
um pouco preocupado por alguns planos que podem ser
sabotados por essas possibilidades, mas prometem algo
tão bacana que vou abstrair. ontem eu disse que iria
organizar o caos em que me encontro e de alguma forma
senti que hoje isso realmente começou a acontecer. eu
de bom humor? yeah, aproveite se estiver por perto.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

.

eu preciso organizar o caos em que me encontro. estou indo
dormir sob efeito do meu roche e amanhã eu preciso de
linhas, de espaço, de campos abertos e decisões sem medo e
sem volta. tenho ido e voltado com tanta frequência que já
não sei mais qual é meu verdadeiro lugar. vir ao blog mais
seguidamente está na lista da organização de mim mesmo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

.

preciso fechar a porta para escrever, para me ver aqui.
hoje manchei alguns desenhos, quis chorar quando tinha de
estar apenas sentado, marchei por obrigações que acabaram
trazendo certas coisas boas que desejava há algum tempo
e que ainda não tinha conseguido. percorri metade do caminho:
talvez a parte mais difícil. o final do dia fora de casa foi a
melhor coisa: sei exatamente quem me faz bem. e cansei.

.

não nasci pra ser otário, sabe, putz, que raiva. a única coisa boa
dessas atitudes que me machucam é que alguém me deixar em banho-maria
traz muita raiva, e muita raiva faz com que eu comece a desgostar.
certamente não consigo esquecer, pelo contrário, mas lembro da
pessoa em outra direção. as pessoas enganam. não: as primeiras
impressões enganam. as primeiras atitudes enganam. no meio de
toda essa enganação, só queria saber se é proposital. sabe, se alguém
realmente faz planos e joguinhos no estilo Sebastian Valmont/
Gossip Girl ou se é tudo coincidência. ou se é tudo insensibilidade.
porque só para constar eu me preocupo com o outro antes de ignorar.

acho que "vou desprezar quem não sabe o que quer (quem não se
decide, quem me ignora e depois vem atrás, que acha que pode me deixar
em banho-maria)" vai virar mantra. vou repetir até pegar no sono.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

o gosto de orégano.

que dor enorme essa de saber exatamente o que fazer, mas
não conseguir. sei o que é certo, sei porquê dói. tenho uma
angústia aberta pelo o que não tenho feito por ela e que vai
arder um arrependimento futuramente.

arrependimento pela tarde de hoje. não, acho que não. só que
talvez fosse desnecessário. não sei se o encontro com o outro
ajudou ou se era um sinal do que não devia ter acontecido. foi
bom, foi rápido, foi sem sentimento. passei tanto tempo sofrendo
por alguém que. putz, repetir é bom pra perceber que eu não
tive razão, que me fixei numa idiotice tamanha. só não entendi
o oi, o abraço, o falamos depois. acho que foi toda a situação
que me levou sem culpa pro que veio depois.

as horas passaram. não fiz nada, não fui meu. a noite chegou e
me senti oco. triste. vazio. pedi socorro. ouvi a voz que queria
ouvir, mas continuei sentado. quem eu realmente preciso
quer me ouvir e eu fico aqui. não consigo levantar. nem mudar
eu consigo. enfim talvez eu possa dizer que.

domingo, 3 de janeiro de 2010

.

acho que quando está acabando, eu quero ficar. que quando
está terminando, quero continuar. que quando estou perdendo,
quero continuar a ter.

eu já disse e planejei tanta coisa. já tomei tanta coisa. já estive
mais lúcido e já fiz muito mais loucuras do que consigo ter
vontade e fazer hoje. não estou me sentindo inteiramente em
mim. voltam uns medos antigos, medo de coisas bobas, de coisas
futuras, sempre medo de não conseguir ser o que idealizava já
estar sendo agora. porque de alguma forma continuo esperando
que aquilo dê certo. de alguma forma acho que tudo ainda está
pra acontecer. estou num momento liso, de contemplação interna,
de me controlar e conhecer sem fazer as coisas que eu gostava.
não estou me recriando. estou sendo metade de cada. um pouco
do que me largo a ser e um pouco do que estão me cobrando.
como se eu pudesse ser esse dividido por enquanto, já que em
breve terei de ser quem eu sempre planejei, esse eu imaginado
é o que parece ser o meu real.

sábado, 2 de janeiro de 2010

eu te deixo ser, deixa-me ser então.

clarice Lispector

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

..

é provável que seja por causa do clima de inicio de ano, mas
to com esse sentimento de ter deixado pra trás certas coisas
que se resolveram exatamente quando 2009 tava acabando.
e agora me sinto leve, bem, melhor. não sensação de desapego, mas de
perceber que me fixava demais nas coisas/pessoas/relaçoes/companhias,
e acho que posso dizer que é uma situação singular, uma pessoa só.

mas talvez amanhã
eu já sinta diferente. hoje o dia foi passou liso: não pensava
muito: não fiquei analisando todas essas situações, só fiquei em
casa sem reclamar. e sempre que eu acho que estou passando da fase
daquele "alguém": chegam mensagens dele no celular, e contente volto
a ficar quando percebo que não me afetou. que nao senti
nada orgásmico como antes.sem recaídas idiotas.

ou a gente aprende a deixar as
coisas passarem por amadurecimento ou por pura indiferença.
agora
vou desprezar quem não sabe o que quer, ou quem não decide se
realmente quer ficar. com quem ficar.
comigo
ou que só não quer.