quarta-feira, 23 de junho de 2010

todo dia será um dia a mais




cheio de sol entre as trevas,
pois só quem tem os sonhos mais básicos pode amar e dizer a verdade.

terça-feira, 22 de junho de 2010

change is hard.

cochilei por uns dois minutos e sonhei que estava deitado no sofá
(exatamente como peguei no sono) e David Bowie chegava
gritando na minha cara "CH-CH-CH-CHAAAAAAAANGES!"
e só eu sei a dor de conhecer o significado que essa musica tem
na minha vida. acordei, claro. angustiado, claro. provavelmente
não durma mais hoje. comerei pipoca, beberei café e tentarei
preencher algumas folhas do moleskine. mas não sei, dia vazio.
ficou tudo meio vazio depois das noticias da manhã. é meio como
não ter planos. é meio como nao querer mais ter planos. é meio
como ter perdido tanto a noção de por onde se está caminhando,
que também perdi a noção de valores e estruturas e contagens
de tempo e grana e ter ou não ter. e mais nada. só café, nenhuma
vontade. quando não se tem vontade de segurar a si próprio,
dificil fica ter coragem de reparar erros ou pedir desculpas ou
simplesmente continuar aprendendo a dividir. sos não ajuda.
ter ao lado também não, nunca aceitei bem essa história.


rabisquei um gato no moleskine e depois um pássaro: um em
cada canto da página. imaginei as almas e uma aquarela azul,
os prédios tão velhos e o cheiro de multidão, me veio Engenheiros:

"..o melhor esconderijo, a maior escuridão, já nao servem de abrigo,
já não dão proteção..
"

quarta-feira, 9 de junho de 2010

de tão recente e de tanta falta.

não existe acaso: existe escolha. não tente enfiar a culpa
no cu da vida, ela não tem nada a ver com isso. a condição
é feita, as escolhas são construídas e os amores são
escolhidos pelo próprio corpo, por pólos que se encontram.
os caminhos não são uma visão que se segue, são os rastros
que podem indicar que foi trilhado, o resto faz parte da
paisagem. as pessoas estao sempre julgando o que os outros
vivem, mesmo que estejam cheias de histórias sobre suas
próprias vidas. até seria bacana se elas usassem o tempo
desperdiçado comigo, para espalhar o itinerário sórdido das
próprias relações. com o tempo os idiotas te desconhecem
-ou fingem que- e logo me pego pensando se eu mesmo já
os conheci alguma vez. com o tempo, você sente profundamente
quem realmente faz falta e que o que era anterior não
passava de tentativa. quando se sente vontade de
dividir, de querer, de passar a noite, de largar o resto,
de esquecer do trabalho, da familia e do que algumas pessoas
possam estar pensando, quando não se sente. quando se
tem medo de que passe, de que se perca, de que diminua;
quando pensa que, mesmo acabando, foi natural e bom pra
caramba. quando o dia virou um vazio por saber que no final
da noite não terá o aperto e o cheiro, quando tantas coisas assim
e muitas outras acontecem, a gente sente que o anterior foi
todo tentativa e o importante é este agora, transbordando
xícaras e circulando abraços solitários.
não seja idiota, responda.
deixe os próprios sentimentos de lado e lembre que cada um é
um por si e que sozinhos somos mais interessantes.

terça-feira, 8 de junho de 2010

.

chega a ser bizarro como tenho vontade de falar que as
pessoas se comportem da maneira que eu acho certo. não
certo de absolutamente correto, mas certo pra mim: como
podem estar sendo babacas, como perdemos quando fazemos
questão de se fixar em idéias que não vingaram. o último era
o último e nada pode ser mais frustrante que insistir. no
segundo de solidão, olhar fixo no frio que deixa as coisas tão
vazias, percebo a diferença entre os amigos no sentimento e
os amigos de presença. os de sentimento estão no seu devido
lugar; pulsam as vezes e são esquecidos com muito mais
frequencia, e apesar de pouco presentes, evanescem nas horas
certas. os amigos de presença não tem lugar certo: aparecem
nas horas bacanas e perduram até que qualquer coisa aconteça,
qualquer coisa. e eles logo perdem a característica essencial: a
presença. o que você achou que era, independentemente de
classificações ou esperanças, logo desaparece e você está na
frente do café, observando fumaça úmida, vivendo no frio
oco entre as horas corridas. talvez eu espere demais. talvez
eu não compreenda. ou eu que sou individualista e egoísta.

vai saber. na dúvida, defendo o meu, ainda dando qualquer
tempo que o próprio tempo precise.