sexta-feira, 29 de outubro de 2010

maybe if we think and wish and hope and pray

perdi a vontade de estar no que você me diz, de
ser condizente com o que pensas de mim, já que
tudo que pensa está de acordo com o que estou
ou não proporcionando. amor é tênue, sim, mas
não uma desculpa pra odiar o outro. talvez tudo
estivesse melhor se eu pudesse ter certeza de que
a música foi mesmo pra mim e que eu sentisse
ser só isso até o momento. mas não vou reclamar:



Wouldn't it be nice if we could wake up
In the morning when the day is new
And after having spent the day together
Hold each other close the whole night through

You know it seems the more we talk about it
It only makes it worse to live without it
But let's talk about it
Wouldn't it be nice

Wouldn't it be nice (the Beach Boys)


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

.

sabe quando você enche um balão e não pára mais de
soprar mesmo vendo que ele pode estourar, e que vai
estourar; mesmo assim você continua soprando e
soprando e apertando os olhos só esperando o estouro?

pois é. sei bem a cor do balão, ele já vai ficando
transparente, mas não consigo parar de soprar.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

change is hard. (II)

e certas coisas se colocam no lugar, mesmo que você
não tenha guardado espaço para elas na minha vida.
não reconheço o caos que sempre fui: estou aqui e
quase tudo parece tão organizado e eu nem estou
reclamando ou jogando papéis fora ou abrindo gavetas
ou fumando compulsivamente (mentira, estou sim)
ou desenhando em paredes ou escrevendo tanto que
o bloco de notas pede um descanso. e quando eu falava
em sentir-se bem, já nem lembrava como era. Claro,
são tantas coisas, talvez o que chateia seja até maior
do que faz bem, mas o que faz bem está me mudando
assustadoramente. quero me reconhecer, sim, mas
sem perder tantas construções e possibilidades.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

fear of Sleep


poxa, não vou escrever pra não ser mal interpretado, mas:
TUDO LINDO. esperando mesmo que dê certo, mesmo que
as situações indiquem o contrário, coisa massa:
a pena balança de saudade.






I know you hate to be impressed with someone else
(other than yourself)/ but you know trying to hold
back on being an asshole helps
Fear of sleep
Fear of sleep
Fear of sleep
Fear of sleep fear of sleep - The Strokes

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

golden Slumbers fill your eyes.

escrevi tanta coisa que queria dizer pra tanta gente. tanta
coisa que queria que eu mesmo percebesse e internalizasse.
mas não vale mais a pena falar as mesmas coisas para as
mesmas pessoas que vão acabar por se contradizer e achar
que só você magoa elas e não o contrário. quando o contrário
é o que mais tem acontecido. não espero por ninguém mais.

whatever colors you have in your mind
I'll show them to you and you'll see them shine
(Bob dylan)


I could sleep forever, I could sleep forever, I could sleep forever
(the Dandy Warhols)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

blinding.

eu quero tanto. e tanto tento não dizer que quero por ser tão.
por ter sido tão bom. quero tanto, que tenho medo de que não seja
assim tão, quando realmente for, sabe. talvez seja preciptação
mas dividir clipes é tão bom quanto morder.



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

You Can do better than me

pessoas são tão diferentes fisicamente, mas todas chegam ao
mesmo lugar numa relação. ou nas relações que compreendo.
toda a vez que você se abrir pra alguém e esse alguém parecer
compreensivo e amigável: um dia a compreensão acabará e
tudo o que antes era relação se tornará conversa alheia. e toda
a vez que você ver a possibilidade de conhecer alguém que
pareça tão incrível em beijo, em gostos e personalidade, certamente
será doloroso de uma forma ou de outra. ou se gosta demais, ou
só podem se ver de menos, ou é complicado demais, ou é
preso demais, ou é aberto demais. pessoas nunca estão satisfeitas
com os relacionamentos porque aprendem a cegar-se aos
benefícios do próprio amor e enxergar em relacionamentos alheios
o que quer para si. mas os outros nunca somos nós, o que serve
para eles não é do nosso molde, o que os faz feliz talvez seja o que
mais detestamos viver. enfim, desista de procurar cascas e
veja o tamanho do interior do que está vivendo: a vida acontece
agora e não no que está por vir.

domingo, 17 de outubro de 2010

tenho tantas coisas a dizer e ao mesmo tempo tem tantas
pessoas em silêncio ao meu redor que já perco o foco e a
vontade de escrever. quando eu disse que
sabia o que ia acontecer, não foi pra fingir qualquer tipo de
controle ou experiência: eu disse, e aconteceu. mesmo que
eu tenha tentado fingir pra mim mesmo que não pensava
naquilo, numa tentativa de sabotar minhas vontades e meus
pensamentos sobre o futuro, toda a coisa foi diminuindo tão
rápido que não consegui entender direito. acabo por querer
demais quando o outro lado preferia que eu queresse menos.
porque cada vez mais eu percebo que não é uma questão de
afinidades e atrações: as pessoas querem o que não podem
ter ou quem parecer estar desistindo. uma noite é massa.
pensar demais em passar disso parece babaquice enorme e
é aí que certas afinidades podem ser maiores que o desejo de
correr atrás. whatever. é tarde, perdi uma hora da minha
madrugada (e do sono!), plantei três árvores, comprei um
brinquedo novo, mesmo que não receba ligações (indireta para me
ligarem mais, reflitam), bebi pouco, fumei demais, assisti
menos, ouvi as músicas que mais ajudam, esperei certas coisas
que decidi parar de procurar e deixar acontecerem, bebi de
novo e jantei pudim lendo indiretas desnecessárias de pessoas
queridas. devo concluir que noites de sábado sóbrias e
solitárias não terminam bem.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

superfreak

But no matter how much of a freak you end up being,
chances are there’s still someone out there for you.
Unless of course, they’ve already moved on. Because
when it comes to love, even freaks can’t wait forever.

Grey’s Anatomy 7.03 - ‘Superfreak’

who knows where the time goes



mudar é difícil, mesmo que seja a coisa que você mais
quer
no momento. querer demais sempre ajuda, te guia,
te
encoraja e, depois de vários tombos, te ensina a
querer com
menos intensidade da próxima vez. dá vontade
de querer
tudo, inteiro, a todo tempo, tipo agora. mas
nem está aqui,talvez nem
esteja pra mim como as vezes
parece estar

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

down is the new (white)

voltei a visualizar demais e logo vem a sensação de branco.
eu queria tanto, mas agora percebo que não paro de fugir
do vazio. seja enxergando coisas em alguém ou planejando
coisas futuras que não terei coragem de fazer.basta aceitar
a situação, nem parece tão difícil assim, só falta conseguir.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

next Exit.


a gente passa por tantas situações que chega o momento
em que aprendemos a conviver com os finais. mas levar
os finais numa boa, acaba interferindo nos inicios e nos
meios e nos processos do término. nos acostumamos a
não sofrer por alguém que é apenas mais um alguém, dos
tantos que provavelmente aparecerão. não que soframos
menos a cada alguém, e também não nos curamos com
mais rapidez, apenas aceitamos de forma menos revoltosa.
até que passa. as vezes demora, as vezes isso requer
cigarros demais, garrafas vazias proporcionais ao quanto
se chorou, mas passa. e fica aquela sensação de que não
saberemos lidar novamente com qualquer novo alguém:
e saímos felizes por não querer mais e já ter desenvolvido
o desapego. aham, desapegado. de quem mesmo? pois é,
esquecemos do fato de que ainda existem muitas outras
pessoas e que alguma delas vai ser teu próximo alguém e
você vai querer saber tudo tudo porque vocês gostam das
mesmas coisas e os lábios são macios e apertar é melhor
do que ser só conhecido do alguém. mas é tudo tão novo,
e você lembra que antes o anterior era novo também, se
estendeu por meses e acabou doendo e demorando pra
cicatrizar. quanto tempo precisamos estar com alguém
pra achar tão legal a ponto de querer que tudo dê certo
dessa vez? pois é, não existe tempo certo. daí dá medo.
não pode acontecer tão rápido, não posso querer me
mostrar tão rápido, enviar músicas e compartilhar gostos
sem saber que a pessoa realmente quer receber. parei.
só quero, mas vou esperar quererem também. comecei
do ponto firme que foi a conversa e terminei falando do
ponto incerto em que me encontro cheio de vontades de
alguém, já que até agora não tinha encontrado alguém
com quem tanta coisa fechasse. pode ser pegadinha do
malandro, fiquem ligadinhos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

no time soon.

temos uma pequena (ok, enorme) capacidade de sentir
prazer em ficarmos sozinhos; não por um momento ou
uma hora ou por um dia, sozinhos como situação. quando
decidimos nossa situação, enquanto estamos comparando
os beneficios e merdas que envolvem tudo, não podemos
prever o tamanho da dor que virá. ela é meio silenciosa
no inicio, lá quando ainda nçai caiu a ficha, quanto nada
começou a fazer sentido e tomamos rumos diferentes pra
não precisar ficar topando por aí. ninguém sente nada ou
é simples e mais facil evitar o sentimento porque não
estamos vendo aquilo que antes estava ali e que agora já
faz falta e constrói o vazio.


domingo, 3 de outubro de 2010

variações sobre um mesmo tema.


Quando estamos diante de uma possibilidade de relacionamento
começamos a
nos questionar se é a pessoa certa ou não.
Começamos a pensar nas afinidades,
nas diferenças, no que o
outro tem a oferecer o no que temos a oferecer para o
outro.
As vezes não pensamos em nada, em nenhuma consequencia,
em futuro
algum porque, porra, sentir-se bem na presença do
outro ultrapassa todos os
raciocínios e vida e futuro e presente
são feitos de agora, de ser, de estar e não
de respostas
e exposições sobre gostos, músicas preferidas e perspectivas
de
vida. Nesta mistura de estar e querer conhecer, os dois
ficam cada vez mais
próximos. Próximos dos problemas, da
rotina, dos sorrisos gratuitos, das respostas
insipidas, da
vontade de beber, da vontade de dormir e da vontade de se ter.
As
vezes o cálculo racional de escolher não funciona, e a escolha
afetiva acontece
sozinha, sem que possamos comandar. Algumas
pessoas, apesar de se entregarem
à suas escolhas afetivas,
continuam dando murros em blocos de concreto,
querendo muito
mais do que sentir-se bem, precisam saber para onde estão indo;

é inseguro, perigoso ou doloroso estar numa relação que é open
season com
nenhuma previsão de novas temporadas. a idade já
se torna desnecessária, ninguém
muda pra parecer mais livre,
ninguém começa a beber por ter cansado de ser
certinho, nem
para de beber por ter cansado de ser ele mesmo. Nas expectativas

amorosas, ou nos falta amor e somos desprezados, ou temos amor
demais e
somos sufocados. Inventamos inúmeras situações que
nos irritem pra terminar com
os motivos de gostar do outro; nos
agarramos em ilusões, em avatares, em
relações que gostaríamos
de ter, e assim, achamos que o outro já não é tão certo.
O raciocinio
parece estar tão aguçado, mas na verdade nunca falhou tanto.

Tentamos fingir que o lado afetivo está limpo, claro e vazio como
antes da pessoa ter aparecido
, afinal, foi tudo errado, certo?

Ninguém mais está satisfeito: reclamam por
terem sido desprezados;
abandonam o barco por terem medo de que afunde mais
uma vez,
tomando um controle ilusório do próprio rumo. São os mesmos que
medem
as pessoas por imagem, aparência, por aquilo que podem
ganhar com elas, com
o que os outros irão pensar se estiverem
com elas, com o que poderá fazer com
elas, quase criando um
script perfeito pra uma relação que mal começou. Com
certeza,
todos estão cheios de medo de gostar do outro. de gostar demais.
de
gostar e não ser correspondido. de gostar e ser otário.
Mas o medo fundamental
é o do simples gostar. Não se pode
gostar sem receber alguma coisa, não se pode
gostar se não tiver
controle de toda a relação. controle não é saber lidar. e saber

lidar não é gostar do outro com sinceridade. O gostar, que aqui
usei para não precisar
escrever amor e não parecer tão profundo
(dramático?), talvez exija alguém que
tenha coragem suficiente
para seguir gostando sem ter medo de que o outro não goste.

alguém caminhe pelo desconhecido da mesma forma que comanda
seus próprios
desejos. Alguém que saiba gostar depois de perder,
já que as relações se renovam
a todo momento, mas as pessoas
não se vão, a essência não é passageira:
continuarão sendo
as mesmas que nos faziam bem antes, mas sem as amarguras

de querer ser apenas um. Alguém que suporte a angústia de
não se deixar enquadrar
em nenhum lugar imaginário, e que assim
permita a quem está ao seu lado a
possibilidade apenas
viver aquele momento, sem nada mais esperar. Nunca estive
tão
reflexivo (estive?) como nos últimos dias. Está tudo em branco e
nem sei como
preencher ou me comportar. É certo sim. Não sei
mais falar quando tenho vontade,
deixo as pessoas falarem assim
na minha frente e eu só espero que tudo termine.
que o dia
termine, que eu possa emborae que eu consiga limpar todo esse
pó que
se formou sem razão, tentando resgatar desenhos,
tentando descobrir até onde pude
ser vazio e até onde conseguirei
entender certas atitudes.


but that joke isn't funny anymore /it's too close to home
and it's too near the bone/ more than you'll ever know.
The Smiths, That joke isn't funny anymore