E enquanto todo esse calafrio arrebata cada pêlo do meu corpo, passa rapido pelo estomago e termina enfim, lentamente e minhas coxas, as coisas ficaram em tom de laranja. Não mais preto e branco como ja foram, nem coloridas como ficaram durante um tempo, mas estagnaram em apenas um. Como devem ser. Deveria estar assim por um sentimento de posse durante o bem-estar que a situação devia causar, mas esta como esta, por ser algo que deve mudar, uma situação que não se corrige, que apenas se modifica. Não pode ser moldada, mas quebrada bruscamente pra que alguma parte sinta-se bem, e que infindaveis outras acabem por entristecer, enraivecer e definhar. E de tão estranho é ter nas mãos as escolhas que se deve tomar, me acovardo aqui diante de Deus, diante dos outros e de mim mesmo. Passo a cada dia mais injurio e incerto do que esta ou estará correto. Sinto nojo de pensar que não consigo decidir ou mesmo pensar. Sinto raiva de não sentir ao certo, de não decidir o que faço, nem o que sinto. Queria escrever bem, palavras que derretecem na boca, que deixassem o pensar leve, mas isso não flui. As vezes quando ouço suas vozes e tremendo de insatisfação sorrio, eu queria deschocolatar aos seus pés, eternizar minha existência e correr ao encontro de um vazio infindavel, de uma situação com gosto de cerejas, aroma de café e textura de abobora cozida. De uma face vermelha transformaram-se todas as minhas duvidas, aqueles sexos tão dúbios que se queixavam de ser usados e continuavam a suprimir tantos desejos irreparaveis.
Eu não sinto e não respeito o que consigo chegar a sentir.
Eu tenho medo e me enoja esse sentimento de temer o inseguro que antes tanto me excitava.
Eu não tenho sido eu, mesmo assim tenho vivido. Não consigo ver o fundo do espelho, e mesmo assim consigo sentir o cheiro da casa da Sally e fazer com que isso inunde meu coração. Consigo sentir a profundidade do abraço da Nadja e fazer com que esses segundos eternos de patologia encarada tomem conta do meu ser até que tudo volte ao normal. Até que eu decida o que eu, la no fundo, sei que é certo. Eu tenho um encontro marcado, a qualquer momento de flagra, comigo mesmo.
Eu não sinto e não respeito o que consigo chegar a sentir.
Eu tenho medo e me enoja esse sentimento de temer o inseguro que antes tanto me excitava.
Eu não tenho sido eu, mesmo assim tenho vivido. Não consigo ver o fundo do espelho, e mesmo assim consigo sentir o cheiro da casa da Sally e fazer com que isso inunde meu coração. Consigo sentir a profundidade do abraço da Nadja e fazer com que esses segundos eternos de patologia encarada tomem conta do meu ser até que tudo volte ao normal. Até que eu decida o que eu, la no fundo, sei que é certo. Eu tenho um encontro marcado, a qualquer momento de flagra, comigo mesmo.
Marco Antonio