sexta-feira, 2 de novembro de 2007

feriado.

Mesmo não acreditando fiamente no bloqueio de escritores,
preciso de uma desculpa para não escrever algo. Uma desulpa
para querer fazer um bolo, mas não sentar e escrever qualquer
coisa que fosse. Tenho medo da prosa e suas linhas que precisam
ter simetria nos fatos. Enquanto eu penso demais nas coisas,
deixo elas estagnarem em minha gargante e não escrevo. Deixo
que elas escorrem por meus dedos, que deslizem pelos pêlos
arrepiados, mas não passo ao papel o que eu quero, como se eu
tivesse em conflito com ele. as palavras parecem nao aliviar
tudo como antes, e começo a pensar que realmente tudo já não
tem mais qualquer tipo de solução. Começo a fazer dos
meus próprios atos futuros uma literatura só. Imagino os
diálogos e então as reações. Se preciso mudo tudo novamente para
que a reação seja a esperada. Enquanto isso não vejo o cigarro
queimar, nem os olhares da janela ao lado. A história se dissipa
em minha mente e outros planos começam a estourar em mim,
os anteriores viram nada, apenas se passaram. Se eram plano
esperançosos, eu consigo matá-los logo com os proximos e
assim consigo fazer com que minha indecisão e desinteresse comigo
mesmo vá se acabando. Sem escrever e sem um olhar ouvinte,
eu sinto que já não dá mais, que apesar de ter segurado
por um tempo, não consigo mais carregar tamanho cansaço.
Penso, penso novamente, durmo e não me importo mais.

Marco Antonio :~~