quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

adiós, noites de marina.







falamos sobre banho, mas não cheguei a entrar. descansei

na louça verde, por favor, na louça verde! enquanto ele
descia liberar suas roupas sujas. ok, eu sentei me escondendo
até que o cachorro começou a rosnar na porta. foi a melhor,
a melhor de todas, a melhor de todas as noites e de todo o
tempo que ficamos juntos. e aí? cansei. tem alguém dormindo
na minha cama, um copo quase caindo, calor pra caralho.
e aí que isso dói, como sempre. eu nao queria saber toda
aquela história sobre os papéis, contratos, grana, condições.
to cagando pra essa pressão, sério, eu me viro sem grana:
não pode ser desculpa. morra de fome. não durma na minha
cama, mas também não venda seu sono assim. de qualquer
forma levei dez minutos pra estar vendo o reflexo das minhas
costas iluminado pelo sol de fim de tarde em cima daqueles
lençóis chatos que escorregam, foi tão rápido. whataman.
sol coberto, coca-cola, valium, contratos,todo o dinheiro ou a metade.
whataman. foi a melhor de todas. foi a mais fodida de todas.
bosta de ano que termina assim, sem resposta nenhuma.
sem perguntas melhores. se contar ninguém acredita: agora
ele mora lá e, tenho certeza, vai continuar. e tenho certeza
que aparecerei mais vezes do que eu mesmo imagino. agora
vou pegar aquele táxi laranjado, comprar um black, um red,
uma extra e me bandiar pra onde tiver silencio e onde neguin
não leve meu celular. mas enfim, a droga do proximo ano vai ser
melhor. vão embora os paunocú e fica só a merda que eu
esteja afim de fazer. que eu troque aquela droga chata de curso. que
eu mude pra lá. que me ligue logo. que tudo seja melhor, mas
do jeito que to querendo. atá. que o bolso esteja cheio e
minhas noites também, no resto se dá qlquer jeito. a
diós 2008.
adiós, noites de marina.