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vou sentir saudade, que saco. não quero que a hora
chegue. nao posso ouvir isso, porque ha pouco tempo
eu já tava me enchendo.. ! e parece que sim. mas
esses dias, esse sol, essas companhias não ajudam nada.
nem devia ter ficado em casa. fiz doce pra ti, ao menos.
entao que não dá pra emendar um minuto em outro e
as horas não tem nexo. você baba no travesseiro logo
depois de sair de outro. você pega. você sai. você come
e logo estamos indo embora. logo eu vejos as listas
novamente. vejo meu nome. vejo o lugar. vejo que podia
ter sido melhor e ao mesmo tempo foi bom, o tipo de
coisa que sempre quis. morri de cansaço. to podre. quero
dormir e comer arroz doce. quero ficar acordado e sonhar.
um cú. ñao da pra assimilar porcaria nenhuma. lá vamos
novamente: um valium, um café, um sofá pra esses
livros sem vontade. essas músicas que não me satisfazem
mais. todo dia pra começar meu livro. todo dia pra fazer
uma música. todo dia pra fazer tudo de novo e me sentir
sempre cansado. aquilo que eu quero esta logo ali, mas
precisa de tanto. tanto cuidado. tanta dedicação. tanto risco.
tanto sangue só meu que eu canso de pensar, eu desisto
pra reclamar. as mesmas alegrias rápidas e tristezas que
não passam. as mesmas coisas de sempre, tão colegiais e
tão responsáveis por essa dor que eu não posso conter. fique
por aqui porque ainda não te contei tudo o que planejei. e
tenho certeza que faltará coragem para tal. quero dividir
tantas verdade que o amor é capaz de suportar, mas o medo
é o mesmo que me faz mentir a mim mesmo: o medo sem
face que me aproxima dessas músicas, dessas palavras e
me põe tão longe de vocês. não quero desistir, só que tudo
corra sem isso. sem esses dias. sem que eu diga tudo que
me passa pois são mais dolorosos a você. vou dormir.