domingo, 27 de setembro de 2009

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sei lá o quê. fui descobrindo uns lados que se encaixam tão bem.
nunca espero que as primeiras frases possam adiar uma
descoberta dessas, mas no fundo sei que me preocupo demais,
não posso querer manter do meu jeito essa coisa que se renova
tão facilmente. não sei como posso ficar desejando coisa tão
velha e repetida na minha vida. não entendo como dormi tanto
tempo e, agora que conseguiram me acordar, continuo sob o
efeito das miligramas que agora se recusam a aparecer.
hoje fui pura ressaca de esclarecimento. fui muito sono, chuva
e café
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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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não quero mais sentir as mesmas coisas erradas. esqueci
as coisas que aprendi por estar querendo compartilhar.
essa vontade de dividir acaba comigo. não é nada complexo,
quero dividir meus 10 minutos, fazer convites nas minhas
horas vagas, dividir o último cigarro. não é uma questão
de procurar sentido, só de ficar bem. bem agora, bem
enquanto durmo, bem pra amanhã. e amanhã realmente
estar. sem risos bobos ou olhares de stalker. ter o abraço
que baste. um copo que seja o último. um cigarro que
satisfaça. um todo-ombros-e-peito que seja mais pesado
que minha mão. por quanto tempo vou me arrepender por
não ter tido coragem de beijar o movimento? enquanto eu
puder rir de minha própria indecisão, dos meus exageros
com o café e da minha dúvida sobre os amendoins.

domingo, 20 de setembro de 2009

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tenho pensado em fazer algumas coisas que preencheriam
as lacunas que sobraram; as vezes parece solução pra esse
vazio, e em outras parece desespero demais pra ser levado
em conta. Acho que é porque corro demais, e corro com uma
vontade deitada, esperando encontrar plenitude, ou paz,
ou alguém, ou eu mesmo. Mas as frustração de sempre ter só
a metade, de ter só um quase tudo da parte inteira de que
gostaria, faz o passo diminuir pra poder olhar ao redor e me
certificar do que quero. a certeza não existe aqui: giro cada
vez mais, afundo cada vez mais numa vontade de ser qualquer
eu que ainda desconheço em mim, mas que talvez seja a
face/defeito/sorriso de alguém.

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acho que tem esse momento em que decido ficar
sem achar que estou fazendo a coisa errada. mesmo
que algumas conversas terminem sempre num
tom bravo e cortante, outras coisas me deixam bem.
e num momento que não esperava, fico sabendo de
coisas que me ajudariam a esquecer do que fomos,
mas tenho essa sensação de que não quero esquecer.
acho que me falta o novo. falta um novo. nem sei pq
ainda aposto nessas esperanças falsas, melhor do
que não tê-las, certamente. nem sei o que tava
querendo dizer. o que aconteceu é que descobri que
o que senti durante um puta tempo podia ter acabado
se eu soubesse antes do que sei agora, etcaetera,
etcaetera. assuntos velhos, caminhos parecidos enquanto
vou perdendo o tato e as curvas brilhantes das palavras.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

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quando me perco na contagem dos dias, é porque me achei
em todo o resto. esse resto de que falo não é tudo
o que
deveria ser, mas as coisas óbvias em que devo
me focar:
aos poucos um certo equilibrio vai pousando
morno sobre a
vida, deixando tudo tão amarelado que é
difícil identificar
como está indo pra frente. mas está indo.
algumas coisas
antigas agora realmente não me chateiam
mais: posso ver,
posso falar sem me render à bobeira.
talvez não possa tocar
sem querer ter novamente, mas
está indo.

de repente, resolvi achar alguém. foram uns momentos até
divertidos quando resolvi assistir minhas próprias atitudes,
como eu perdi um pouco do jeito depois da última vez. as
vezes parece que cansa, que não preciso, mas no fundo ando
precisando tanto que resolvo coisas que mais parecem
cruzadas. caio em mim, volto ao quarto e tudo fica normal de
novo. apesar de ninguém esquecer certos momentos,

mas tudo vai indo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

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nas tardes de chuva eu queria só dormir. dormir e
reencontrar o que perdi debaixo dos meus olhos e
minha paciência. nada de
molhar o jeans e puxar o
capuz; nada de lembrar
dos cheiros e olhar fixamente
a água correndo por
trás da fumaça. só domir pra
quebrar um pouco do
êxtase dessa tristeza.

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pessoas imediatistas me chateiam demais: sempre muito
desesperadas, desfocadas da cena em que pretendem
aparecer. não entendem bem a as piadas que acompanham
a conversa, já que só querem saber do que estão querendo.

segue minha vontade de estar em dois, sem pensar
e sem o
vulgar, só caminha o restante escorregando antes
de tornar-se
o ápice de um dia sem sensação. recebo esses estranhos
elogios, continuo calado; meus olhos
estão estranhos: ardem
sem razão; durmo sem descansar.
ela disse que mata! mata o
primeiro que se apresentar.
morro de rir e já não preciso deitar.

sábado, 5 de setembro de 2009

eu bufo, ele bufa, nós bufamos.


refletindo aqui sobre a busca: é sempre menos redonda
do que parece. começa exagerada, com grandes planos,
efervescendo a transparência das possibilidades. logo
aparecem os cantos, os pontos cegos e, a qualquer passo
mais lento, o descaso se alastra e ela se deita já cansada.

literatura não traz felicidade pra ninguém, era sobre isso
a nossa conversa. de um lado o sol, de outro a desconfiança
subindo velhos degraus. quanto tempo mais tudo vai
permanecer da maneira que não queremos? um telefonema
não te faz mais próximo de nada; estamos sentados bufando
sobre o que não dá mais certo em nós, sobre nossas coisas
em comum que não funcionam como ligação. não tenho
vontade, você não permanece: não temos chance de nada.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

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acordei sentindo as dores do sonho sem conseguir
lembrar direito do que acontecia nele: tenho certeza
de que é uma coisa que realmente queria repetir.


olha, não é que eu esteja dificultando o entendimento,
eu queria muito achar razões pra te explicar a sonsice
da tarde de ontem, mas é tão dificil que já prometi a
mim mesmo não repetir aquilo e pronto. quando não
sei se vou ou se fico, acho que é mais por querer ficar,
apesar de que ficar sempre dói. não na hora, como ontem.
na hora
é puro silêncio do calor novo que não vai embora. dói
depois, no barulho de casa, nas conversas sem graça
e na repetição dos olhares diários. como prometi não
repetir o feito, tenho 14 minutos pra sair correndo,
procurar as imagens que me distraem e tentar, tentar
não ligar. tentar, tentar não atender. não, não repetir.