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acordei sentindo as dores do sonho sem conseguir
lembrar direito do que acontecia nele: tenho certeza
de que é uma coisa que realmente queria repetir.
olha, não é que eu esteja dificultando o entendimento,
eu queria muito achar razões pra te explicar a sonsice
da tarde de ontem, mas é tão dificil que já prometi a
mim mesmo não repetir aquilo e pronto. quando não
sei se vou ou se fico, acho que é mais por querer ficar,
apesar de que ficar sempre dói. não na hora, como ontem.
na hora
é puro silêncio do calor novo que não vai embora. dói
depois, no barulho de casa, nas conversas sem graça
e na repetição dos olhares diários. como prometi não
repetir o feito, tenho 14 minutos pra sair correndo,
procurar as imagens que me distraem e tentar, tentar
não ligar. tentar, tentar não atender. não, não repetir.