segunda-feira, 26 de outubro de 2009

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A situação de carência vivida no quotidiano das massas, onde
não há nenhuma ocorrência excepcional, onde o indivíduo
tem de levantar-se cedo todas as manhãs, pegar um ônibus
cheio, passar lá mais de uma hora, executar um trabalho
maçante, relacionar-se superficialmente com os seus colegas
de trabalho, ir cansado para casa, pegar outro ônibus cheio e
viajar mais tanto tempo, chegar em casa, jantar, sentar-se diante
da TV, cochilar e por fim dormir, para ter no dia seguinte tudo
outra vez, por uma vida toda, essa vivência sem novidades, sem
emoções, sem ocorrências que fujam do quotidiano retiram do
sujeito o verdadeiro prazer de viver.

Ciro Marcondes Filho

*ok, não pego uma hora de ônibus, nem rola isso de trabalho
maçante, mas ando me sensibilizando com os movimentos
trabalhistas, sério. vou parar de ler por um tempo. não gosto
de me envolver demais nesses assuntos. sou do tipo ''palitinho'',
nada extremista.

sábado, 17 de outubro de 2009

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já sentiu falta de algo que não te fazia bem? pois eu sinto. todos
os dias. não me fazia sorrir - pelo contrário- e nem me fazia
crescer,mas era a minha cara, era algo que eu podia chamar de
meu e sentia que realmente o era. não sei onde quero chegar,
não sei qual caminho devo escolher- se é que ainda posso escolher
alguma coisa- sinto quetodas as possibilidades não são minhas,
não são pra mim, não são o bastante. entre o tal momento e o meu
hoje existe um vazio imenso e, não sei como, mas pareço ter dado
um salto até aqui, como se não tivesse vivido esse espaço: simplesmente
cheguei a esse ponto que tanto detesto.tenho medo da enorme
interferência que esse descontrole da situação possa afetar o que
vem pela frente, e muito me irrita me preocupar tanto com o que está
por vir. hoje não é um dia bom: o tipo de dia em que eu desistiria
de tudo por outra coisa qualquer. por mais que eu tente de diferentes
formas, não consigo esvaziar essa sensação.as músicas que tocam
automaticas e aleatórias parecem ter sido escolhidas para uma sessão
nostalgia. queria poder deixar um bilhete e, como a Izzie acaba de fazer
no último episódio, apenas ir embora. ir embora, assim, sem saber
se volto, pra onde eu esqueça um pouco disso, um pouco de mim, se me
despreocupo com o futuro e se consigo estar por mim mesmo sem ser
este que lamenta agora. *sim, era de ti que eu falava, acho. talvez não
só da pessoa por inteiro, mas de toda a situação que me faz bem; que
me deixa desconfortável com o papo sobre cigarro, mas estamos aí.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

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não há tempo pra pensar que o tempo passou; é isso agora
ou só em cinco dias, uma semana, um mês ou quanto
tempo mais demorar pra sentir a sintonia e vontade de
fazer. quero talmovimento que não posso acessar agora,
não é imediato e, quando conseguir, todo tempo de
planejamento que o antecede, vai tirar todo seu sumo
elétrico que quero sentir na pele. enquanto o tempo passou
e continuei sem descansar, penso num café cremoso e
em como a minha insatisfação não vai chamar a tua atenção.
planejo sentar e pedir minha bebida pois as coisas que
acontecem ao acaso estão acabando comigo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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o momento em que as coisas não parecem estar erradas,
mas o sentimento é de que nada nada nada está certo.
o momento em que tudo parece estar preenchido, mas o
movimento que toca minha pele não está aonde vivo.

falta alguma coisa, cara. e eu sei o que é. e acho que meu maior
medo é de que no dia em que eu conseguir essa 'coisa', esse
sentimento de vazio continue vivo pra que eu descubra que não
era aquilo que eu precisava. a merda da eterna insatisfação
humana: super compreensível, todo mundo entende e ninguém
pode consertar isso. é uma sensação incontrolável de ter o controle,
de poder ficar em silêncio, mas deixar que tudo role da maneira
mais difícil.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

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tem esses momentos de reparar em cerâmicas antigas
e pensar em músicas que queria muito ouvir agora, e
nem estar bêbado pra deixar tudo passar mais liso do
que realmente está. pessoas perdem roupas íntimas e
eu fico sentado observando as coisas brancas no mesmo
lugar, o cigarro me esperando, alguém que queria muito
conversar e acabei querendo tanto dormir que nada falei;
na verdade eu só quero dormir e esquecer de mães e
lugares em que as pessoas deixam de falar o que realmente
interessa. as idades não são compativeis, esqueço de
fazer alguns convites e outros eu faço sem pensar. it's over.

estou em casa desconhecida e queria estar com alguém que
está longe, que pouco conheço, mas que me faz bem pra caramba
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terça-feira, 6 de outubro de 2009

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como não dá pra resumir esses acontecimentos bizarros
do meu dia, não sinto vontade de falar sobre outras coisas.
acho que todas as crises com as coisas que deviam ser
automaticamente normais a um ser humano vão passando
com o tempo, ou só vou deixando de me importar. acho
bom só voltar quando realmente quiser escrever. enquanto
isso vou plantar um pé de sagu, haha. nãosouengraçado, sei.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

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um dia vou pisar o chão molhado que imagino agora.


gosto de antecipar as coisas, mas nao gosto de sentimento.
penso demais, me consome demais; nem deitar tranquilo
consigo. é que eu acho estranho demais. até hoje eu mudei
pra caramba. mudei de casa, de cidade, de família. mudei
nos sentimentos, nas atitudes e no corpo. sempre gostei
dessas mudanças -repentinas ou lentas- e continuo gostando,
mas até hoje tudo estava envolvido comigo e não com as
coisas ao meu redor. se pensar bem, percebo como tenho
dificuldade em ver que as coisas mudam muito. na correria
nem dá pra perceber as transformações da vida, das pessoas,
dos lugares, de tudo o que me trouxe até aqui. espero mesmo
que tudo fique bem, esse até parece um post muito dramático
e provavelmente eu estou exagerando em me preocupar com
coisas que nem dizem respeito diretamente à minha vida.
então, as coisas ao meu redor mudam e parece estar na hora
de praicar a arte do desapego. bate aquela preguiça, aquele
medo de ter de fazer várias coisas que não estão nos meus
planos e de não poder fazer várias coisas que vinha planejando.
um pouco penso que sinto decepção por não ter pensado em
mim em estágio algum da decisão. um pouco penso que estou
sendo egoísta. e pra piorar não posso falar realmente o que
sinto, porque OI, sou querido e não quero magoar ninguém.
tudo fica engasgando aqui na garganta, só esperando um cigarro
que venha piorar a sensação de gripe. to cagando de medo.
e com todo esse ar de mudança, lembrei que morreu o vizinho
velho que sempre me dava 'oi' quando eu passava de manhã.
morreu. e vou realmente tentar estudar pra não e sentir
culpado depois ao ver a nota da prova.