domingo, 20 de dezembro de 2009

.

o dia era todo meu. o calor. o suor. a lembrança de fotos. a visão
distorcida. tudo meu. e no fim, eu só me entendo quando chego
em casa. me perco quando não sei onde quero estar. me perco
quando quero algo totalmente diferente, quando não entendo como
alguém consegue não se importar com a minha dor do domingo ou
com tornar-se indiferente de uma hora pra outra.

assim como não consigo estar em casa por muito tempo, meu mural
deixou de ser meu, minhas palavras deixaram de ter minha essência,
meus desenhos pararam de me interessar. ultimamente eu tenho
vontade de falar, de pegar um "Clarice" amigo e sair lendo em voz alta.
quero me desapegar das coisas, do costume, dessa falta de concentração,
de calma e silêncio. tenho sido um caos inteiro. só silenciei todo depois
de beber muito, o que certamente me trouxe um dia em que esqueci
do que tem me chateado. e essa coisa que me chateia é toda minha,
não é do tipo que eu queira, ou possa dividir. talvez eu até queira, mas
não posso. talvez se eu contasse ela doeria menos, mas não vou. ela
vai doer por tempos, ela não vai me parar, vai me adoecer e me levantar.

vai me fazer ter medo dos próximos e querer te continuar, mesmo que
não mereças o que.