sexta-feira, 7 de maio de 2010

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sempre assim: arrependimento sobre coisas que nem tenho certeza.
esse é o buraco mais estranho em que já caí, posso descrever as
paredes umidas, mas não consigo encontrar saídas. na verdade, sei
que por enquanto o único modo de sobreviver na sua escuridão, é
continuar nele. viver aqui - nele ou fora dele - é sempre sufocante;
em relação aos outros, a si mesmo, ao que se faz, aos complementos
ou ao simples sentir/existir.

nunca achei que desse pra conhecer tanto uma pessoa só
pela ausencia
dela, pela falta de vontade de contar minhas
reclamações, mas a enorme
vontade de estar ao lado. só estar,
sem pensar, sem abrir, sem intenção:
só saber que ali ao lado
está alguém que não é meu, nem dele, nem de
ninguém. hoje
foi o dia mais cansativo de todo o inicio, e se tem algo que

aprendi a entender, é que dormir não adianta merda alguma;
portanto,
me mantenho acordado, chapado, errado, arrependido,
indecido - como
sempre - mas incrivelmente acordado e sem
vontade de nada.



penso muito em continuar sem pressa, esperando que as coisas
aconteçam
como devem acontecer, mas os planos loucos são
maiores que o que já
pude sentir. e nos ultimos vinte minutos,
tentando não chorar, tentando
manter um controle tão fingido,
fiquei repetindo uma frase estranha
estranha estranha e linda:
"quero aprender a querer". eu quero coisas
demais: tantas coisas
que não posso ser, que acabo por não poder querer
mais nada.