terça-feira, 18 de março de 2008

E caso exista a consciência que espero, resistirei;
Continuo nublado,
mas cheio de conversas familiares amigáveis, aquelas que a carência nos faz procurar as vezes;
sorrisos e tapinhas: a esperança em meio à relva.
Sinto mais sabor agora, um desafeto maior do que pode ser suportado e uma distância que ajudou a tornar-me congruente.E desisto tão profundamente em alguns momentos,
que deixo-me cair aos ferozes,
descanso em pedras tão sonolentas; me entrego, de fato,
à essa situação,
ao estado que conheço tão bem e que domina
minhas vontades; e eu odeio estar assim,
mas evoco essa situação todas as manhãs; procuro cada segundo
de vazio quando acordo e prendo-os a mim.
É tão doloroso viver sem isso e tão impossível viver à sombra de sentir-se assim.
Eu tenho um sonho, o mesmo todas as noites, o mesmo de milhões.
Espero-o à noite, cansado, à mercê de ser satisfeito por esse sonho,
por uma sensação interminável, até que o sol invada a veneziana marrom.
me engano ao querer dormir...mas durmo tanto. Às vezes afundo na gota que transbordou aquele copo,
aquele que era minha realidade, exagero,
sinto demais, insisto em não esquecer;
desisto novamente; é tudo tão novo, impossível,
inviável para se viver.
Espero o café,
visualizo as pedras nos bolsos, o gás de Mariana, a navalha...
a xícara e o café;
torno-me mais concreto, um tanto sonhador, mas não irreal.

Marco Antonio :~