A hora da estrela ;D
É uma estrela que queima na solidão do mar,
Remói sua cor nas ondas, na escuridão;
parece sempre aqueles quadros,
aquela sensação de deserto, de ponto final.
no corredor lateral, no meio de cigarros escondidos e
janelas abertas, tudo parece tão perdido,
tudo anuncia o que se esgota; o que é um
pouco vazio, esvazia-se por completo e preenche tudo de tristeza,
de forma que preciso escorar-me na parede e me deixar cair até
o chão; esquecer do cigarro, queima sozinho, malabarista de suas
cinzas, é uma estrela na escuridão do corredor,
no poço obsoleto das cerâmicas brancas, é um alívio,
uma única tentativa de alívio.
a casa vazia...but my heart, it don’t beat... canto baixinho,
me despeço desse refúgio; apago a estrela
contra um cigarro vagabundo.
é um facho brilhante que se apaga, mas que deixa rastros,
planta sensações, arrebata o sono, desvincula a si próprio
da raiz da dor original.
Marco Antonio