domingo, 5 de julho de 2009

walk away

sorrindo como se funcionasse. fiz uma lista de músicas

que me lembram pessoas, e esse nome insiste em repetir
e repetir e repetir em diversas músicas. The Dandy Warhols:
era bom te ver. eram tardes de terça-feira, sacada, piso
vermelho, horas e horas sem querer nada, sem nem nos perceber;
braços retos e ninguém cambaleandopelos bancos. nossos beijos
tinham rosto, palavras e vontade de olhar. os sábados pouco
interessavam: tinhamos a sacada e os pastéis: não precisava
caminhar e não dormir nada tinha com o cansaço.

o que é verdade quando eu pude dormir bastante? o descansar
não faz bem quando o propósito é despertar o que se observa
dentro de si mesmo. e percebo que tudo que dói e é bom já
passou e parece fantasia. as coisas passam e terminam de forma
tão evasiva; as coisas se distanciam e retornam sutis como se
nada fossem além de estrelas que giram na mente, situações
que no fim de noites cansativas, nem sabemos se realmente
aconteceram. durante esses segundos lentos a loucura é refúgio,
fim do caminho, êxtase pra necessidade de esquecer. mas o
real aparece no amanhecer, num motorista sério, num beijo
estranho e sem rosto e sem palavras e sem vontade de olhar,
apenas a vontade de passar. quando mais adiante vou indo,
mais percebo que o quanto queria viver pra sempre alguns
momentos que passaram.

as músicas da lista são muitas. só quatro pessoas são lembradas.
só uma valeu a pena. só uma me mantém extenso. só eu não
tenho me libertado das coisas, insistindo num medo de que nada
mais aconteça.
a lista termina.
percebendo, caindo, lembrando:domingo parece nunca querer acabar,




esquecendo, aprendi a manter.