quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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nada ativa mais a saudade do que certas músicas. e é estranho
que, mesmo sabendo o quão chato e doído que seja sentir
saudade, a gente vai lá e põe a música pra tocar. e canta junto.
e se arrepia. e só fica olhando pro nada. ou pensa demais no
que pode e no que pode não acontecer. cheira alguma coisa que
as vezes piora a sensação e que em outras conforta pra
caramba, quase como se me carregasse daqui e até onde queria
estar. as vezes alguns sentimentos se misturam: por mais que
não haja nenhuma fratura exposta, o corpo parece projetar um
passo lento, por ter receio de cair logo mais à frente. até sinto
que tenho caminhado firma, com uma certeza que vi poucas
vezes em mim, tirando aquela negação que tanto achei estranha,
já que não vejo motivos aparentes pra não querer dividir uma
coisa tão normal. mas nem sempre tão normal é tão normal pra
todas as pessoas. e tão pouco eu acho/faço tudo tão normal. vou
parar de querer preencher personalidades recém conhecidas
com base em atitudes e negações isoladas. whatever. uma música
atrás da outra, duas xícaras de café, oito minutos de palavras
tremidas e toda uma vontade de que cada impressão que construí
esteja cheia de verdade e reciprocidade.