quarta-feira, 29 de julho de 2009

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ela diz que as coisas que podemos fazer estão aqui.fala sobre
cores e que me ensinará a cantar, mas desisto com essa cara
amassada no espelho depois de dormir a tarde toda novamente.
procuro incessantemente por músicas novas, tentando preencher
alguma coisa, essas músicas de sempre já não ajudam mais. é,
conversamos sobre as coisas e não tenho certeza de como tudo
foi acontecendo. concluimos juntos que devemos fazer tudo o mais
rapidamente e que agora, com quase 20 anos, perceber que o tempo
corre e que tudo o que queria ter feito ainda está nos meus planos
pra logo(rápido rápido) mas que a idade -provavelmente- não os
acompanharão.ter 30 anos e só ter feito as coisas que era possível
fazer? nãão: MEDO.e novamente esperar um semestre, e no final
dele talvez ser possívelfazer alguma coisa por mim mesmo ou agora,
com a coragem que aindanão tenho, pegar minhas mochilas, largar
tudo e ver que não era bema assim. whatever, espero mais um pouco,
até não ter dúvida.





chega de verdad é o que a mulher diz, tô tão infeliz,
um crucificado deitado ao lado, os nervos tremem
no chão do quarto por onde o semên se espalhou
Lobão tem Razão, Caetano Veloso.

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algumas coisas salvam o dia quando a noite chega,
mas não consigo salvar essas tardes irritantes.
quero tanto dormir e isso me chateia tanto que não
consigo aproveitá-las acordado.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

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e no fim da conversa ele diz "não vai dar certo". respondo com
um "umhum" e lembro de Aline Moraes caminhando na rua de
baby doll fumando um black. fico rindo assim, levanto e peço meu
'Carioca-Chico Buarque' de volta e ele não sabe onde está.
ele n-ã-o-s-a-b-e onde! claro, eu poderia brigar por um cd, gritar
e jogar um copo na parede, o que é ligeiramente excitante e que
provavelmente acenderia alguma coisa e talvez até acabaria com
aquele "não vai dar certo"; mas fico calmo, f-i-c-o-c-a-l-m-o e troco
de música. de Nico -que deprime- vamos à Strokes e Bauhaus. não
brigar não resolve nada: sempre chega a hora, e o almoço quer voltar,
eu quero dormir. volto pra casa e tudo isso despejado sobre a cama.

não quero casa, não quero ter lugar. queria um vazio na rua, mas passou.

domingo, 26 de julho de 2009

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a vida é tão feita, aqui e agora. e a gente é tão

largo querendo diferença e borrões de tinta. é
dificil sentir que este é o momento ou que todo
o restante da noite não precisa ter fim. o qeu
parece não ser preenchido é terrivel de viver,
mas é tudo o que acontece, nada está vazio,
apenas a sensação. e como se enche a sensação?
provavelmente a resposta seja a chave, o tal de 'O Segredo'.
acho que a espera é válida quando não se espera
sentado, então, vou reecontrando amigos
bons, vendo o que passa e dormindo na casa
de alguém quando queria meu próprio travesseiro;
mas isso são os borrões: pintar sua própria parede
com a cor que preencha (ou não) todas as sensações.

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e daí que ta frio. e daí que não dá vontade de fazer nada.
e daí que depois de tantos dias e de tantos assuntos nem
sei o que quero dizer. e daí que o sono não vem, o cigarro
não basta e as músicas não se encaixam.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

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e todos os anseios devorados com uma colher. entender
os outros é tão difícil quando evitar esta última mentira,
sabe? todo o mundo diz, todo o mundo pensa e todo o
mundo jamais pára de desviar os caminhos pra verdade.
me arrependo pelas colheradas, mas já foi. tenho a tarde
toda. ter a tarde toda pela frente sempre me assusta já que
parece grande demais pra suportar; estranho, pois a noite
é maior, mas nunca insuportável. mesmo que dolorosa, ela
sempre traz a possibilidade de algum conforto, qualquer um:
o sono é menos culposo, a vontade das mãos é livre e
a escuridão abstraindo os pensamentos sobre continuidade,
futuro e todas essas coisas que tornam o tempo insuportável.
talvez esse pensar demais estrague tudo. ou talvez salve o
que venho a achar digno em mim, não sei. toda a preocupação
deve fazer parte de tudo o que sou em qualquer região dos meus
pensamentos. tanto faz, ainda a tarde inteira, ainda a
saciedadeque chateia, ainda as marcas das sensações altas.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

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talvez agora eu entenda. claro, existem esses ciclos em

que achamos que entendemos de tudo e logo que eles terminam,
outros se iniciam e percebemos o quanto sabemos agora
que não sabíamos antes. talvez agora eu entenda mesmo.
claro que não será um entender definitivo, mas esclarecedor.
sempre conheci o frio no estômago, o tremor dos lábios
querendo se esticar em puro sorriso, mas dessa vez parece
mais empolgante que os anteriores: leve, divertido, sem
nervosismo ou necessidade de compreensão e controle. e
não sinto estar em transição, estes dias trazem a visão
de um lugar, de caminhos em branco, de alguma coisa
que termina num ponto. não leio frase, mas posso ver O ponto.
talvez eu esteja nele ou em uma palavra antes da
pontuação,
mas o que liberta o meu entender esclarecedor,
é enxergar toda
uma pauta a ser preenchida, compreende?
não? nem eu.
mas sinto, e sentir é puro frio, é puro tremor,
é pura vontade
de estar acordado: tarde fria com garoa, café
quente e um abraço
escondido no piso gelado da tua casa em construção.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

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voltamos à programação normal:


tudo inconstante, um pensar vago sobre a neblina,
como se o hoje fosse todo pelos próximos dias que
devem chegar rápido. sinto as coisas passando como
um som pesado. sou o som, ou estou nele. são
sintomas riscando a mesa, manchando as mãos e
se apagando com o tempo, deixando frases incompletas
de alguma fase que passou. a música e a xícara vazia
parecem juvenis demais. tudo poderia, tudo eu
deveria estar e, nas conclusões dos meus olhos já cansados
de acordar, acabo não sendo, acabo não fazendo nada.
sempre é um sentar, ou caminhar rápido sem atenção.
e logo esqueço que queria passar por isso, reagir ao
que tenho achado errado, mas os olhos acordados
insistem em querer descansar. então descanso e acabo não
sendo, acabo não fazendo. sem desistir, só vou adiando.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

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como posso brigar com alguém que, quando digo que
estou super feliz porque peguei APENAS um exame
na faculdade, pergunta se ainda tenho aquele Damien
Rice que me deu de presente 17318748 anos atrás e
diz "vai ouvir, felicidade repentina não combina contigo,
e vai estudar os 80 artigos pro exame e depois volta a
falar comigo como a pessoa de sempre"(?). obrigado pelo
incentivo à alegria, Bianca-de-tpm-quer-acabar-com-a-alegria-alheia.
mas fui ouvir o Versus, do Kings of Convenience e contar pra
minha mãe que a vendedora da loja de lustres era colega dela e me
reconheceu, oi.e deu três beijinhos.aloka e disse como
estou crescidinho, não estou? ã,ãh, não estou? cuidado com
as vendedoras que já foram colegas da sua mãe e ouça o KOC.
sempre ficadica.


I know i've been a lier*
And i know i've been a fool*
I hope we didn't break it*
But i'm glad we broke the rules*
My cave is deep now*
Yet your life is shining through*
I cover my eyes*
Still what i see is you*

the animals were gone, Damien Rice.




*sim, não resisti. to ouvindo todo '9 crimes'. DEPRESSÃO . HAHAHA.


domingo, 5 de julho de 2009

walk away

sorrindo como se funcionasse. fiz uma lista de músicas

que me lembram pessoas, e esse nome insiste em repetir
e repetir e repetir em diversas músicas. The Dandy Warhols:
era bom te ver. eram tardes de terça-feira, sacada, piso
vermelho, horas e horas sem querer nada, sem nem nos perceber;
braços retos e ninguém cambaleandopelos bancos. nossos beijos
tinham rosto, palavras e vontade de olhar. os sábados pouco
interessavam: tinhamos a sacada e os pastéis: não precisava
caminhar e não dormir nada tinha com o cansaço.

o que é verdade quando eu pude dormir bastante? o descansar
não faz bem quando o propósito é despertar o que se observa
dentro de si mesmo. e percebo que tudo que dói e é bom já
passou e parece fantasia. as coisas passam e terminam de forma
tão evasiva; as coisas se distanciam e retornam sutis como se
nada fossem além de estrelas que giram na mente, situações
que no fim de noites cansativas, nem sabemos se realmente
aconteceram. durante esses segundos lentos a loucura é refúgio,
fim do caminho, êxtase pra necessidade de esquecer. mas o
real aparece no amanhecer, num motorista sério, num beijo
estranho e sem rosto e sem palavras e sem vontade de olhar,
apenas a vontade de passar. quando mais adiante vou indo,
mais percebo que o quanto queria viver pra sempre alguns
momentos que passaram.

as músicas da lista são muitas. só quatro pessoas são lembradas.
só uma valeu a pena. só uma me mantém extenso. só eu não
tenho me libertado das coisas, insistindo num medo de que nada
mais aconteça.
a lista termina.
percebendo, caindo, lembrando:domingo parece nunca querer acabar,




esquecendo, aprendi a manter.