sábado, 25 de dezembro de 2010

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os dias passam lisos, mais do que pensei que passariam. acordar e esperar o dia terminar sem nem saber que dia da semana é. estar entediado com a familia e logo passar por uma das melhores noites com os amigos que não foram embora ainda : macarrão à meia-noite, cigarros, vodka, bong de garrafa pet,tacos às 3 da manhã e promessas de cupcakes. mesmo que a noite do outro dia não tenha sido de risadas incessantes, tudo fez muito sentido e ao mesmo tempo tudo parece tão quase certo: porque sempre tem aquela sensação chata de quealgo/alguém está faltando. e eu nunca sei se ta faltando mesmo ou se eu mesmo criei uma situação da qual sinto falta. acho que nem quero saber. nem quero ficar pensando. passei o dia inteiro achando que hoje era domingo e agora descubro que é sábado. ainda tem amanhã então. e tem o depois de amanhã. e parei de fazer convites, quando percebi algo patético no espelho. ainda continua a promessa de fazer cupcakes amanhã (ou assistir os outros fazendo, haha).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

e precisava dele para sentir, mas


eu esperava tanto pelos momentos de falar e pelos momentos que podiam vir, que acabei ficando em silêncio quase que o tempo todo. e agora, cada vez que me "pergunta as horas", penso num monte de coisas legais que gostaria de te dizer, mas sempre respondo "quinze pras sete", assim, como se naquele momento qualquer coisa que eu fosse falar pareceria besteira.


Porque cada gole tem dentro uma lembrança, ou traz aquela sensação de que existe qualquer encantamento nessa cena em que bebo sozinho numa noite sem expectativas, quanto na verdade eu só queria não estar sozinho. e de repente comecei a sentir essa absurda necessidade de sinceridade, sem perceber que
recuso as bebidas e fumo cada vez menos: as vezes a gente vicia nessa sobriedade, em passar o dia inteiro sem essas fugas.Isso me aproxima demais da realidade, de sentir e perceber as coisas como são ou estão acontecendo. Era demais, como nunca talvez tivesse sido ou como talvez nunca tivesse sentido. daí eu percebo o quão fundo estou cavando em mim mesmo, como nunca tinha feito antes. e resolvo começar a não me importar se fui vencido ou se me entreguei; se amanhã estarei sozinho ou com muitas pessoas ao redor; se alguém me chamar e eu não responder, porque eu só queria que não importasse mais. já me importei demais, e continuo ainda, mas agora começou a cansar um pouco. o café ficou quente demais pra mim. e as vezes eu afundo a cara no travesseiro e vejo como nada está como antes. nem aqui nem em lugar nenhum. me agarro cada vez mais nessas coisas que tenho que fazer: riscar, escrever, conversar horas comigo mesmo - porque ainda parece fraqueza qualquer coisa que eu vá falar pra outra pessoa- sem chegar a nenhuma conclusão, tomar banhos, desbloquear cartões, aprender a fazer café gelado (e puta-que-o-pariu, é bom pra caramba). as férias começaram muito diferentes do que eu tinha pensado/planejado, e acho que a mudança mais fóda que eu poderia fazer agora seria trocar a cama de lugar. mas posso procrastinar isso também. começo a passear pela casa enquanto escovo os dentes, e imagino tanta coisa, construo cenas perfeitas pra dividir: mas estou sozinho aqui e não sei como continuar a construí-la por mim mesmo.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

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Pedro,

as mudanças mais radicais são feitas por amor, ou pela falta dele.
comecei a pensar nisso agora, e precisava te contar. sabe, a gente
começa a esvaziar gavetas, jogar papéis fora, reorganizar pastas
no computador, sente vontade de bater um bolo, de correr muitos
quilometros, a gente só quer organizar todo o caos que a relação
trouxe pra vida. sabe que escrevo pra falar de mim e que com isso
eu tento nos manter por perto. o caos já está menor aqui, acho. aos
poucos estou me organizando, me fortalecendo com o que tenho.
acho que o mais difícil tem sido lidar com uma coisa que não termina
nunca, como os relacionamentos anteriores, que foram se apagando
e que ninguém tem coragem de falar nada porque não deixou de
sentir, mas também não sente com aquela intensidade inicial. soa
tão ciclico, soa tão subjetivo, soa tão culpa minha. mas tu sabe que
não é, que é aquela coisa das pessoas que não sabem receber quando
você está querendo entregar-lhes alguma coisa. eu ri tanto com
aquilo que tu me escreveu hoje. não ri por ter achado engraçado, ri
por ter me identificado tanto com tudo aquilo. será que minha fatia
de pão sempre vai cair com o lado da geléia pra baixo? talvez se eu
não tivesse criado expectativas toscas, agora nem ligaria. mas sabe,
eu esperei demais, de verdade. e é bem patético, porque mais de uma
pessoa disse como isso se encaminharia, e eu preferi acreditar no
que eu tava sentindo, numa reciprocidade que eu já nem sei se
existiu ou se eu só inventei. quase todo mundo foge, né. e quem não
foge se perde numa mentira ou outra: não dá vontade de parar de
acreditar que vai aparecer alguém que pense e sinta como nós? ah,
eu aqui te enchendo com isso, quando você ta bem pra caramba, né.
o pior de tudo é que eu continuo esperando, sabe, sentado aqui
tantando e tentando, mesmo que eu já tenha me decepcionado tanto
pela falta de consideração, pelo menos pra falar qualquer coisa e tal.
mas vai passar, a gente sabe que vai passar. e quando a gente ficar
bem, vai lembrar e pensar "podia ter sido com você", mas estava
desinteressado demais pela própria vida. não tenho feito muitos
amigos, porque quanto mais as pessoas vão nos decepcionando, mais
medo a gente tem de confiar nas próximas que apareçam. queria
poder te visitar agora. te ajudar a terminar esses parágrafos que
levam manhãs inteiras pra serem escritos. queria poder ver a vida
como a gente via três anos atrás, lembra? tudo parecia ser tão
diferente. mais fácil, talvez. ingênuo demais, talvez. mas parecia mais
ensolarado, não parecia? o tempo vai passando e, cada coisa que
acontece, ou nos deixa amargos demais ou mal acostumados demais.
to me sentindo meio infantil nos últimos dias: já devia ter
aprendido ou devia parar de reclamar e não ficar dedando na mesma
tecla. ta quente pra caramba hoje, vou ficar imaginando um
sorvete de feijão contigo no Bairro da Liberdade, a gente podia
chamar a Nah e
o Guilherme com aquele sotaque carioca irritante,
haha.
Espero que as férias tragam tempo pra gente voltar a se falar
mais.ou pelo menos escrever mais. Tu continua a ser um dos melhores
amigos que tive até hoje, sem dúvida.

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e a gente tem vontade de desistir de um monte de coisas, não tem? aquela vontade de deitar ali e não levantar nunca mais. ou de dormir e acordar só em três dias, como se tudo fosse melhorar ou se resolver sozinho. e a gente tenta preencher os dias que sobram com quaisquer coisas que sobrem pra se fazer, dessas coisas que ajudam a esquecer das outras coisas chatas por algum espaço de tempo

domingo, 19 de dezembro de 2010

better Times

I want you to know the truth
'cause I've been around before
Thought I was looking anymore

Been a fool for weeks
'cause my heart stands for nothing and your soul's too weak
Got a will that's been around for days
Goes far if you want it
It needs to behave

But then you, you come around
Big mistake

I don't want to know
We don't need a sign to know better times

Running around 'cause you beat yourself up
And you made a crack and the one that you love is gone
How much longer can you play with fire before you turn into a liar?

I've been around before
Thought you weren't looking anymore
But then we, we come and go, go up in smoke

I don't want to know
We don't need a sign to know better times


Better Times - Beach House

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

sempre precisei.




-Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas

usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer
os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos
lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos
fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós
mesmos.

Fernando Pessoa

domingo, 12 de dezembro de 2010

das fraturas expostas.

choveu pra caramba, e a noite ficou longe de ter sido uma
noite contente. Chove ainda, e o domingo começou com
uma fratura que ficará exposta até que eu perdoe minhas
próprias babaquices. e nem começou a sangrar ainda. ou
sangrou tudo que devia. ou era oco lá dentro, sem nenhum
sangue pra sair. não tem nada espalhado pelo quarto: eu
acordei cedo pra arrumar, só o edredon continua do mesmo
jeito de quando acordei. tomei o banho mais rápido da vida
e me vesti tentando entender aqueles horários confusos.
chuva só combina com carro, café, pipoca e cama. mesmo
assim, saí de casa e a água caía gelada na cara, assim como
se me avisasse da idiotice, mas na hora parecia bom porque
eu ia acordando enquanto caminhava. a próxima cena não é
complicada de se visualizar, muito mais difícil é estar nela,
devo dizer. é só pensar no meu conto preferido do Caio:
"Para uma avenca partindo". mas ao invés de duas pessoas,
tinha só uma, talvez com todo um pensamento parecido sobre
as avencas e as samambaias, olhando pra ônibus que não
traziam nada. dois cigarros e um café no banco, no frio. na
volta a chuva já não parecia tão bacana e já me sentia mais
acordado do que gostaria de estar. outro banho que não limpa
nada aqui, mas também não faz a fratura arder. cama, outro
café, tantas coisas pra escrever, pra repensar, pra reconsiderar.
acordei em susto, saindo de um sonho que estava em outro
sonho, sabe. daí lembrei da ligação e acho que sorri um pouco.
a casa bem vazia e eu queria que continuasse assim por muitos
outros dias. seguro uma girafa vesga pelo nariz e que fóda:
eu entendo tudo. eu tava entendendo. só acho que é tudo
mais simples, tipo, sim ou não, vou ou não vou, 7 ou 9, querer
ou não querer. não precisa ser babaca, não precisa silenciar,
não precisa ignorar alguém que goste de ti, não só como
corpo, mas pela pessoa que se mostrou até ali, pelo pouco
que foi vivido. acho que não se trata apenas de relacionamentos,
mas como se encara a vida inteira e quem te rodeia: respeito e
consideração, essas breguices clichês que ninguém reclama
ao receber. e mesmo assim, sinto o cheiro e penso
"que massa, te acho tão massa". queria te tirar de dentro
desses conceitos idiotas sobre si mesmo e sobre condições,esses
sentimentos que te prendem contigo mesmo e a pessoas que não
te fazem crescer ou melhorar. e sobre o que deixa de viver por
causa disso. quanta coisa bacana que poderia ser. ter sido.
por nada, ou por pouco, ou por pessoas que mesmo presentes,
só te consideram por interesse ou. enfim, pensar pra caramba
agora. ou não. talvez eu só precise limpar algumas gavetas.
ou talvez eu só precise de um banho por dentro.

sábado, 11 de dezembro de 2010

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toda uma situação muito muito muito familiar.

-não seja idiota comigo.
-(silêncio)
-ok, seja um idiota.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Izzie Stevens, saudade.

Não dá prα sαber quαl diα será o mαis importαnte
dα suα vidα. Os diαs que você pensα que serão
importαntes nuncα αtingem α proporção imαginαdα.
São os diαs normαis, os que começαm normαlmente,
que αcαbαm se tornαndo os mαis importαntes.
Você não reconhece o diα mαis importαnte dα suα vidα
αté que estejα no meio dele.
O diα que você se compromete com αlgo ou αlguém.
O diα que você tem o seu corαção pαrtido.
O diα que você conhece α suα αlmα gêmeα.
O diα em que você se dá contα de que não há tempo
suficiente, porque você quer viver prα sempre.
Esses são os diαs mαis importαntes.
Os diαs perfeitos.



(Grey's Anatomy
~ 5a temp, ep.22)

here today.

nem sempre a gente ouve exatamente o que gostaria.
apesar de ser a mesma situação, cada um vê ela por
um ângulo diferente e espera coisas diferentes dela, de
acordo com o que enxerga ou pelo o que sente das
coisas que já passou ou simplesmente porque pensa diferente.
e ninguém pensa igual. eu penso nisso como um todo,
e no desejo que temos de transformar confiança em
certeza. o que pertence ao campo da confiança não está
no campo da certeza. porque, no fundo, a certeza não há.
tudo se resume à confiança (que vem da segurança que
transpareceu na sinceridade). e se mesmo sem receber
palavras de segurança, eu continuo me sentindo do
mesmo jeito, o que isso devia significar? fico pensando.
mas não quero pensar. e nem me preocupo, como se
estivesse me permitindo sentir sem querer nada
em troca: sem ter certeza de que algo será, só a presença
(da forma que ela puder ser) e a sinceridade.
daí é segunda-feira, dormi demais e tem o dia inteiro de
novo, tenho muitos cafés, músicas e palavras pela frente.
continuo cheirando uma girafa e esperando que os
próximos dias passem logo.

domingo, 28 de novembro de 2010

it's all too much (?)




domingo. só recebi um monte de silêncio que não consigo
explicar e que eunem
sei como tentar recuperar aquilo que
antes não era assim-só-silêncio eque estava me
segurando.
a essa altura das coisas, eu já devia ter sacado que
demonstrar demais
nem sempre é bacana. mas acho que
manter sinceridade comigo mesmo ultrapassa
qualquer coisa
planejada ou sentimentoque eu tente abafar só pra. só pra.
acho que nem motivo tem. sem mais, enquanto for silêncio,
tentarei não esperar nada, mesmo que eu sinta e queira
demais. mesmo que essas vontades (que eu nunca senti
com tanta congruência e estabilidade) não forem embora,
preciso ter certeza que a reciprocidade ainda existe. é tarde
de novo e dormir não vai mudar a vida. mas vai ajudar pra que
a segunda-feira seja melhor que o domindo (se isso for possível).
no resto, nessas coisas que ficam na minha cabeça,
vai ser o que
tiver de ser.

silêncio e fratura exposta.

e quando a gente tenta fazer com que tudo se encaixe pra
ficar bem, continuar bem como a gente
gostaria.
o pior é
nem saber se eu tinha todas as coisas no lugar
ou não.
e
estar em casa não resolve nada, mas ficar
fora só piora a
sensação. não dá pra acariciar as próprias
vontades quando
tentamos afirmar pra nós mesmos
que não queremos nada
em troca, quando na verdade
o que mais precisamos é qualquer
sinal de resposta. o
sábado foi o contrário do que eu esperava
que tivesse
sido, tem coisas demais na minha cabeça, pessoas
demais
querendo entender sobre coisas minhas que elas só
supõem existir,
folhas demais em cima da mesa, vontades
transbordando
e uma sensação fóda de não poder fazer nada
sobre
nenhuma das coisas que me chateiam agora. só queria
que
alguém me desse certeza de que é só até as férias chegarem,
que daí tudo vai ficar massa demais e que tudo vai dar certo
e que.
mas né, certeza não é bem assim. sem mais.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

caio fernando abreu e o dia preferido.

Olha, fique em silêncio. Eu gosto do teu silêncio. Mas também
gosto de tuas palavras - acredite. Mas não vim aqui para te falar de
ruídos - ou não - , estou aqui para te falar de céu, mar, estrelas e
tapioca - como naquele dia, lembra? - Ontem por incrível que
pareça todos os lugares que pisei eu te procurei. Teus rastros
ficaram por lá. O balançar de teus cabelos e esse teu jeito meio
atacado de ser. Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra
o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te
preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se
respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo
neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim,
estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades
corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te
esperando, com meu vestido longo, óculos escuros grandes e meu
coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas
para nós. É, eu gosto mesmo.

Caio Fernando Abreu


Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (…) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (…) talvez um se matasse, o outro negativasse. Seqüestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada.

Caio Fernando Abreu



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

I'm waiting for the day.




não foi um dia tão tranquilo: pensei demais, senti demais. acho
que pensei demais em coisas que não existem, senti demais. o mesmo
de antes, mas meio que potencializado. acabo ficando mais forte,
já que só preciso apenas esperar passar. e parece não passar nunca.
mas uma hora termina e eu vejo que não foi tão difícil, apesar de
querer tanto um certo abraço. momentos em que a gente só queria
ter certeza de que querer também faz as coisas darem certo.

tantos ciclos que já foram quebrados antes mesmo de começarem.
não quero ver histórias se repetindo, quero ver as coisas boas se
construindo sozinhas ao meu redor, nos lábios, no agora, no daqui
pra frente (mas sem pensar em futuro), na vida que temos agora.
mas senti esse estranho hiato entre a vontade forte daqui e o vento
distante. talvez não seja tão breve, talvez nem exista, talvez eu
que confunda o silêncio alheio com qualquer mudança inexistente
de pensamento ou vontades, achando que algo esteja diferente do
outro lado. não escuto quando os outros falam o que sei que eles não
sabem. ninguém sabe, ninguém pode saber o quanto eu posso tentar.
pouco interessa o que eu estiver fazendo. eles não tentarão por mim;
normalmente só precisamos responder que tudo está no lugar, e
mesmo assim ainda vem alguém perguntar do silêncio, e se quero
mesmo estar numa dança tão diferente das anteriores.

eu só quero estar bem, respondo irritado, Só quero estar com.
não tente me confundir, não tente me jogar no limbo:
eu só quero estar com. eu só quero estar bem. e estou.



condicional. sentimental. e todas as músicas do Los hermanos que
eu possa dizer que me entendem nesse momento.

domingo, 21 de novembro de 2010

maybe if we think and wish and hope and pray (II)

domingo. faz mais calor do que ontem. não estou em casa.
não: estou em casa, mas não me sinto na minha casa. depois
da noite e ter tantas coisas pra saber e internalizar, só tenho
vontade de continuar onde e como acordei hoje. ficar

deitado onde o resto não interessa ou sentindo o vendo no rosto,
na luz fóda da lua sem querer voltar pro mundo, sabe, congelar?
e como é confuso: primeira vez, desde o inicio, que falamos
sobre realidade. bateu aquele estranho frio na barriga, um medo
fóda de ter que parar agora com essa outra coisa que tem me
deixado tão contente. sim sim, a realidade ta sempre ali, mas a
gente nem precisa seguir regras falidas dela, dá pra pelo menos
tentar
ao máximo continuar compartilhando mesmo só podendo
desabafar em palavras escritas. sim, dá sim. e mesmo assim fiquei
na mesma de antes: querendo mais do mesmo. querendo repetir
tanto, porque faz bem. não interessa quantas personalidades
cada um posssa demonstrar.

só queria um tempo grande, sabe, poder parar e não precisar
pensar em nada, não precisar voltar pra nada. talvez ele
chegue daqui uns dias. e eu penso muito em poder conciliar todo
esse tempo. eu quero muito compartilhar desse tempo.
e agora eu preciso tanto estudar. e não sei por onde
começar e já quero desistir antes mesmo de. mas ainda não é o
tempo. o sol foi embora enquanto escrevia e tudo parece mais
calmo. eu continuo inquieto. os livros continuam parados e eu
preciso levantar. adiós, Lounge.


Já disse de nós.
Já disse de mim.
Já disse do mundo.
Já disse agora,
eu que já disse nunca.
Todo mundo sabe,
eu já disse muito.

Tenho a impressão
que já disse tudo.
E tudo foi tão de repente.

(tudo Leminski, os poemas. Tudo de mim, o resto.)

sábado, 20 de novembro de 2010

dos cigarros e cafés.

embora muita coisa passe tão rápido que eu nem perceba,
acho válido ter de passar por certas situações: os amigos não
são mais os mesmos, ainda que presentes; as roupas mudaram;
as músicas melhoraram; as atitudes ficaram mais congruentes
e os sonhos nunca foram embora. daí ainda rola aquele medo
clássico de repetir as merdinhas da mãe, tão clássico que não
surpreenderia qualquer análise futura. já não existem mais
óculos escuros e casacos cheios de segredos. os sonhos
e os medos se condensam em cafés e cigarros apenas. pode
existir o medo de ficar só, de não receber amor de volta, de viver
a vida toda no mesmo lugar. pode acontecer de tudo mudar, de
receber amor de volta, de estar tão feliz por ter alguém -que nem
sabe como se comportar- e aceita a alegria, pode mudar tanto e
sentir-se sempre completo. em qualquer caminho, tudo estará
mais vazio sem os preenchedores materiais de qualquer sentimento.
aqueles que acompanham desde que lembra que sente qualquer
coisa: porque sempre parecerá vazio sem eles, não pode existir
qualquer romantismo sem os cafés e os cigarros. e só a solidão, o
vazio e o sentir-se tão bem por ter alguém pode enchê-los de vida,
preenchê-los de suspiros e passar todas as tuas dores ao apagar as
bitucas no cinzeiro.


"There's too much caffeine
In your blood stream
And a lack of real spice
In your life" (A rush and a Push and the land is Ours - Smiths)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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nada ativa mais a saudade do que certas músicas. e é estranho
que, mesmo sabendo o quão chato e doído que seja sentir
saudade, a gente vai lá e põe a música pra tocar. e canta junto.
e se arrepia. e só fica olhando pro nada. ou pensa demais no
que pode e no que pode não acontecer. cheira alguma coisa que
as vezes piora a sensação e que em outras conforta pra
caramba, quase como se me carregasse daqui e até onde queria
estar. as vezes alguns sentimentos se misturam: por mais que
não haja nenhuma fratura exposta, o corpo parece projetar um
passo lento, por ter receio de cair logo mais à frente. até sinto
que tenho caminhado firma, com uma certeza que vi poucas
vezes em mim, tirando aquela negação que tanto achei estranha,
já que não vejo motivos aparentes pra não querer dividir uma
coisa tão normal. mas nem sempre tão normal é tão normal pra
todas as pessoas. e tão pouco eu acho/faço tudo tão normal. vou
parar de querer preencher personalidades recém conhecidas
com base em atitudes e negações isoladas. whatever. uma música
atrás da outra, duas xícaras de café, oito minutos de palavras
tremidas e toda uma vontade de que cada impressão que construí
esteja cheia de verdade e reciprocidade.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

different names for the Same thing



mas tem
todo esse lugar, e os outros lugares e todas as incertezas,
toda a sensação de saber que poderia estar fazendo bem
mais por si. mas tem todos esses momentos em que
estranhos parecem te conhecer tão bem, justamente por
não te conhecerem. entendem teus motivos, teus gostos
e sonhos (mesmo não conhecendo boa parte deles) e falam
sobre ir atrás de tudo isso, como se falassem de correr
atrás de uma bola, ou correr atrás de uma criança, ou
correr atrás de quem se ama. sempre parece mais fácil
buscar alguma coisa ou alguém, qualquer coisa que não
seja baseada
em nossas próprias vontades. é tão mais
fácil buscar por alguém do que por nós mesmos. até nomear
vontades e sentimentos exige tamanha certeza do que
se está falando, que preferível é ponderar a palavra.

não dá pra dizer exatamente como se sente quando todos
ao redor só querem que você não sinta nada, ou que não
tenha motivos pra sentir.

meus olhos ainda brilham pelos

mesmos motivos do último mês, e tudo que vierem me falar
que seja contrário ao que tem me feito bem, é som na multidão,
qualquer
outra coisa que nem faz parte de toda a construção.
bom
mesmo é perceber que quando acordar será quinta-feira,
e que o dia preferido passará tão rápido e que já dá pra começar
a ficar contente de novo.

e a sexta-feira já pode
terminar? quero tanto sentir.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

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é estranho sentir essa vontade de que os dias passem.
não que terminem logo, mas que dêem um pulo, que corram
tanto que eu nem sinta, que só chegue o dia esperado.

o filme não ajudou: ruim pra caramba. e daí tem pepsi e
a gente lembra e bate uma vontade de compartilhar e.
chego em casa e todo esse trabalho gigantesco pra terminar,
nenhuma vontade de fazer, só vontade de ver. o que anima
por amanhã ser um dia normal, é que estará cheio de coisas
que preenchem o tempo e fazem com que passe sem sentir,
ou quase isso. mesmo que doloroso, tem que ser tudo cheio
de confiança, espera e paciência; tentar ficar com o mínimo
de coisas na cabeça e só sentir com o coração. mesmo que
esteja tudo coberto de branco e você não enxergue nada,
os sentimentos sempre sabem pra onde te levar. estou me
deixando carregar, de olhos fechados e sem exitar.

"Take my hand
And don't let go
Trust this man
And let it flow"
(turn my Way - New Order)


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

thinking about you.

é tão estranho conhecer da forma mais non sense possível,
e depois ser tudo tão fóda. as vezes a
gente está tão parado
que nem parece que vai acontecer.

finais de semana tão perfeitos que olha, não interessa a
merda que foi a semana inteira. se sentir-se bem na
presença do outro é requisito para estar junto, não sinto
vontade alguma de estar nem perto do limbo: conseguimos
definir o que estamos fazendo,
mesmo que seja difícil decidir
entre um café
ou outro. ah, tão bom que só quero que dê
certo, de verdade.
e que não importa o que já houve, mas
o daqui pra frente,mesmo que longe e vazio durante a semana,
já não vejo a hora de estar.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

maybe if we think and wish and hope and pray

perdi a vontade de estar no que você me diz, de
ser condizente com o que pensas de mim, já que
tudo que pensa está de acordo com o que estou
ou não proporcionando. amor é tênue, sim, mas
não uma desculpa pra odiar o outro. talvez tudo
estivesse melhor se eu pudesse ter certeza de que
a música foi mesmo pra mim e que eu sentisse
ser só isso até o momento. mas não vou reclamar:



Wouldn't it be nice if we could wake up
In the morning when the day is new
And after having spent the day together
Hold each other close the whole night through

You know it seems the more we talk about it
It only makes it worse to live without it
But let's talk about it
Wouldn't it be nice

Wouldn't it be nice (the Beach Boys)


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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sabe quando você enche um balão e não pára mais de
soprar mesmo vendo que ele pode estourar, e que vai
estourar; mesmo assim você continua soprando e
soprando e apertando os olhos só esperando o estouro?

pois é. sei bem a cor do balão, ele já vai ficando
transparente, mas não consigo parar de soprar.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

change is hard. (II)

e certas coisas se colocam no lugar, mesmo que você
não tenha guardado espaço para elas na minha vida.
não reconheço o caos que sempre fui: estou aqui e
quase tudo parece tão organizado e eu nem estou
reclamando ou jogando papéis fora ou abrindo gavetas
ou fumando compulsivamente (mentira, estou sim)
ou desenhando em paredes ou escrevendo tanto que
o bloco de notas pede um descanso. e quando eu falava
em sentir-se bem, já nem lembrava como era. Claro,
são tantas coisas, talvez o que chateia seja até maior
do que faz bem, mas o que faz bem está me mudando
assustadoramente. quero me reconhecer, sim, mas
sem perder tantas construções e possibilidades.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

fear of Sleep


poxa, não vou escrever pra não ser mal interpretado, mas:
TUDO LINDO. esperando mesmo que dê certo, mesmo que
as situações indiquem o contrário, coisa massa:
a pena balança de saudade.






I know you hate to be impressed with someone else
(other than yourself)/ but you know trying to hold
back on being an asshole helps
Fear of sleep
Fear of sleep
Fear of sleep
Fear of sleep fear of sleep - The Strokes

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

golden Slumbers fill your eyes.

escrevi tanta coisa que queria dizer pra tanta gente. tanta
coisa que queria que eu mesmo percebesse e internalizasse.
mas não vale mais a pena falar as mesmas coisas para as
mesmas pessoas que vão acabar por se contradizer e achar
que só você magoa elas e não o contrário. quando o contrário
é o que mais tem acontecido. não espero por ninguém mais.

whatever colors you have in your mind
I'll show them to you and you'll see them shine
(Bob dylan)


I could sleep forever, I could sleep forever, I could sleep forever
(the Dandy Warhols)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

blinding.

eu quero tanto. e tanto tento não dizer que quero por ser tão.
por ter sido tão bom. quero tanto, que tenho medo de que não seja
assim tão, quando realmente for, sabe. talvez seja preciptação
mas dividir clipes é tão bom quanto morder.



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

You Can do better than me

pessoas são tão diferentes fisicamente, mas todas chegam ao
mesmo lugar numa relação. ou nas relações que compreendo.
toda a vez que você se abrir pra alguém e esse alguém parecer
compreensivo e amigável: um dia a compreensão acabará e
tudo o que antes era relação se tornará conversa alheia. e toda
a vez que você ver a possibilidade de conhecer alguém que
pareça tão incrível em beijo, em gostos e personalidade, certamente
será doloroso de uma forma ou de outra. ou se gosta demais, ou
só podem se ver de menos, ou é complicado demais, ou é
preso demais, ou é aberto demais. pessoas nunca estão satisfeitas
com os relacionamentos porque aprendem a cegar-se aos
benefícios do próprio amor e enxergar em relacionamentos alheios
o que quer para si. mas os outros nunca somos nós, o que serve
para eles não é do nosso molde, o que os faz feliz talvez seja o que
mais detestamos viver. enfim, desista de procurar cascas e
veja o tamanho do interior do que está vivendo: a vida acontece
agora e não no que está por vir.

domingo, 17 de outubro de 2010

tenho tantas coisas a dizer e ao mesmo tempo tem tantas
pessoas em silêncio ao meu redor que já perco o foco e a
vontade de escrever. quando eu disse que
sabia o que ia acontecer, não foi pra fingir qualquer tipo de
controle ou experiência: eu disse, e aconteceu. mesmo que
eu tenha tentado fingir pra mim mesmo que não pensava
naquilo, numa tentativa de sabotar minhas vontades e meus
pensamentos sobre o futuro, toda a coisa foi diminuindo tão
rápido que não consegui entender direito. acabo por querer
demais quando o outro lado preferia que eu queresse menos.
porque cada vez mais eu percebo que não é uma questão de
afinidades e atrações: as pessoas querem o que não podem
ter ou quem parecer estar desistindo. uma noite é massa.
pensar demais em passar disso parece babaquice enorme e
é aí que certas afinidades podem ser maiores que o desejo de
correr atrás. whatever. é tarde, perdi uma hora da minha
madrugada (e do sono!), plantei três árvores, comprei um
brinquedo novo, mesmo que não receba ligações (indireta para me
ligarem mais, reflitam), bebi pouco, fumei demais, assisti
menos, ouvi as músicas que mais ajudam, esperei certas coisas
que decidi parar de procurar e deixar acontecerem, bebi de
novo e jantei pudim lendo indiretas desnecessárias de pessoas
queridas. devo concluir que noites de sábado sóbrias e
solitárias não terminam bem.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

superfreak

But no matter how much of a freak you end up being,
chances are there’s still someone out there for you.
Unless of course, they’ve already moved on. Because
when it comes to love, even freaks can’t wait forever.

Grey’s Anatomy 7.03 - ‘Superfreak’

who knows where the time goes



mudar é difícil, mesmo que seja a coisa que você mais
quer
no momento. querer demais sempre ajuda, te guia,
te
encoraja e, depois de vários tombos, te ensina a
querer com
menos intensidade da próxima vez. dá vontade
de querer
tudo, inteiro, a todo tempo, tipo agora. mas
nem está aqui,talvez nem
esteja pra mim como as vezes
parece estar

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

down is the new (white)

voltei a visualizar demais e logo vem a sensação de branco.
eu queria tanto, mas agora percebo que não paro de fugir
do vazio. seja enxergando coisas em alguém ou planejando
coisas futuras que não terei coragem de fazer.basta aceitar
a situação, nem parece tão difícil assim, só falta conseguir.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

next Exit.


a gente passa por tantas situações que chega o momento
em que aprendemos a conviver com os finais. mas levar
os finais numa boa, acaba interferindo nos inicios e nos
meios e nos processos do término. nos acostumamos a
não sofrer por alguém que é apenas mais um alguém, dos
tantos que provavelmente aparecerão. não que soframos
menos a cada alguém, e também não nos curamos com
mais rapidez, apenas aceitamos de forma menos revoltosa.
até que passa. as vezes demora, as vezes isso requer
cigarros demais, garrafas vazias proporcionais ao quanto
se chorou, mas passa. e fica aquela sensação de que não
saberemos lidar novamente com qualquer novo alguém:
e saímos felizes por não querer mais e já ter desenvolvido
o desapego. aham, desapegado. de quem mesmo? pois é,
esquecemos do fato de que ainda existem muitas outras
pessoas e que alguma delas vai ser teu próximo alguém e
você vai querer saber tudo tudo porque vocês gostam das
mesmas coisas e os lábios são macios e apertar é melhor
do que ser só conhecido do alguém. mas é tudo tão novo,
e você lembra que antes o anterior era novo também, se
estendeu por meses e acabou doendo e demorando pra
cicatrizar. quanto tempo precisamos estar com alguém
pra achar tão legal a ponto de querer que tudo dê certo
dessa vez? pois é, não existe tempo certo. daí dá medo.
não pode acontecer tão rápido, não posso querer me
mostrar tão rápido, enviar músicas e compartilhar gostos
sem saber que a pessoa realmente quer receber. parei.
só quero, mas vou esperar quererem também. comecei
do ponto firme que foi a conversa e terminei falando do
ponto incerto em que me encontro cheio de vontades de
alguém, já que até agora não tinha encontrado alguém
com quem tanta coisa fechasse. pode ser pegadinha do
malandro, fiquem ligadinhos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

no time soon.

temos uma pequena (ok, enorme) capacidade de sentir
prazer em ficarmos sozinhos; não por um momento ou
uma hora ou por um dia, sozinhos como situação. quando
decidimos nossa situação, enquanto estamos comparando
os beneficios e merdas que envolvem tudo, não podemos
prever o tamanho da dor que virá. ela é meio silenciosa
no inicio, lá quando ainda nçai caiu a ficha, quanto nada
começou a fazer sentido e tomamos rumos diferentes pra
não precisar ficar topando por aí. ninguém sente nada ou
é simples e mais facil evitar o sentimento porque não
estamos vendo aquilo que antes estava ali e que agora já
faz falta e constrói o vazio.


domingo, 3 de outubro de 2010

variações sobre um mesmo tema.


Quando estamos diante de uma possibilidade de relacionamento
começamos a
nos questionar se é a pessoa certa ou não.
Começamos a pensar nas afinidades,
nas diferenças, no que o
outro tem a oferecer o no que temos a oferecer para o
outro.
As vezes não pensamos em nada, em nenhuma consequencia,
em futuro
algum porque, porra, sentir-se bem na presença do
outro ultrapassa todos os
raciocínios e vida e futuro e presente
são feitos de agora, de ser, de estar e não
de respostas
e exposições sobre gostos, músicas preferidas e perspectivas
de
vida. Nesta mistura de estar e querer conhecer, os dois
ficam cada vez mais
próximos. Próximos dos problemas, da
rotina, dos sorrisos gratuitos, das respostas
insipidas, da
vontade de beber, da vontade de dormir e da vontade de se ter.
As
vezes o cálculo racional de escolher não funciona, e a escolha
afetiva acontece
sozinha, sem que possamos comandar. Algumas
pessoas, apesar de se entregarem
à suas escolhas afetivas,
continuam dando murros em blocos de concreto,
querendo muito
mais do que sentir-se bem, precisam saber para onde estão indo;

é inseguro, perigoso ou doloroso estar numa relação que é open
season com
nenhuma previsão de novas temporadas. a idade já
se torna desnecessária, ninguém
muda pra parecer mais livre,
ninguém começa a beber por ter cansado de ser
certinho, nem
para de beber por ter cansado de ser ele mesmo. Nas expectativas

amorosas, ou nos falta amor e somos desprezados, ou temos amor
demais e
somos sufocados. Inventamos inúmeras situações que
nos irritem pra terminar com
os motivos de gostar do outro; nos
agarramos em ilusões, em avatares, em
relações que gostaríamos
de ter, e assim, achamos que o outro já não é tão certo.
O raciocinio
parece estar tão aguçado, mas na verdade nunca falhou tanto.

Tentamos fingir que o lado afetivo está limpo, claro e vazio como
antes da pessoa ter aparecido
, afinal, foi tudo errado, certo?

Ninguém mais está satisfeito: reclamam por
terem sido desprezados;
abandonam o barco por terem medo de que afunde mais
uma vez,
tomando um controle ilusório do próprio rumo. São os mesmos que
medem
as pessoas por imagem, aparência, por aquilo que podem
ganhar com elas, com
o que os outros irão pensar se estiverem
com elas, com o que poderá fazer com
elas, quase criando um
script perfeito pra uma relação que mal começou. Com
certeza,
todos estão cheios de medo de gostar do outro. de gostar demais.
de
gostar e não ser correspondido. de gostar e ser otário.
Mas o medo fundamental
é o do simples gostar. Não se pode
gostar sem receber alguma coisa, não se pode
gostar se não tiver
controle de toda a relação. controle não é saber lidar. e saber

lidar não é gostar do outro com sinceridade. O gostar, que aqui
usei para não precisar
escrever amor e não parecer tão profundo
(dramático?), talvez exija alguém que
tenha coragem suficiente
para seguir gostando sem ter medo de que o outro não goste.

alguém caminhe pelo desconhecido da mesma forma que comanda
seus próprios
desejos. Alguém que saiba gostar depois de perder,
já que as relações se renovam
a todo momento, mas as pessoas
não se vão, a essência não é passageira:
continuarão sendo
as mesmas que nos faziam bem antes, mas sem as amarguras

de querer ser apenas um. Alguém que suporte a angústia de
não se deixar enquadrar
em nenhum lugar imaginário, e que assim
permita a quem está ao seu lado a
possibilidade apenas
viver aquele momento, sem nada mais esperar. Nunca estive
tão
reflexivo (estive?) como nos últimos dias. Está tudo em branco e
nem sei como
preencher ou me comportar. É certo sim. Não sei
mais falar quando tenho vontade,
deixo as pessoas falarem assim
na minha frente e eu só espero que tudo termine.
que o dia
termine, que eu possa emborae que eu consiga limpar todo esse
pó que
se formou sem razão, tentando resgatar desenhos,
tentando descobrir até onde pude
ser vazio e até onde conseguirei
entender certas atitudes.


but that joke isn't funny anymore /it's too close to home
and it's too near the bone/ more than you'll ever know.
The Smiths, That joke isn't funny anymore

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

no alarms and no surprises, please.


e quando, sem percerber, estava me esvaziando de ti,

vem você pra me oferecer mais. pra me lembrar das
tardes inteiras ouvindo Lou Reed com a eterna
indecisão pelo sabor do pastel. o cimento era queimado,
a cortina era um cobertor e o futuro não importava
tanto. importou tão pouco que desapareceu, mesmo que
quiséssemos ter tido um. tivemos por um tempo. até
um tempo em que o tempo e a vontade diminuiram. e
daí, no meio da chuva e de faróis, vem você pra relembrar
mais, querendo preencher um copo já quase vazio. pouco
soube o que dizer, até não havia o que. tenta me resgatar
com Caetano e com

teimo em desacreditar que passaram-se dois anos
desde os pastéis, um ano desde a ida até a
farmácia, outro ano desde a casa nova e os quadros
de lata, 8 meses da espera nas cadeiras, das escadas
de amigo, da coisa mais rápida e mais louca que já passou.
as vezes eu queria ser exatamente essa coisa que já
passou.

talvez isso seja um aviso um pedido uma despedida.
outra despedida? penso. não falo nada, não quero mostrar
que penso que qualquer coisa esteja se repetindo. AGORA
nada está se repetindo.nem sei. talvez nada seja. talvez nada
tenha sido. porque tenho certeza que não mais será. mas
não posso dizer, tão pouco admitir que será mais fácil
esquecer e sorrir.
o dia não será o mesmo amanhã, mesmo
que continue chovendo. eu só queria estudar e dormir e
dormir. e agora tudo isso. e agora mais nada. e agora não
sei o que me apavora mais, depois de todo esse tempo que
renasceu em uma ligação e uma visita. você ainda nem sabe
se vai ficar. e eu tenho certeza que não quero que fique.

This is my final fit, my final bellyach (...)
No Surprises - Radiohead

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

da noite cheia de manchas e barbas :/

eu não gosto dos que falam demais. Bonito mesmo

é o silêncio, ofingir que de nada sabe pra poder ficar

pensando por dentro. Saber por dentro que é sinal

de perversa maturidade. eu não gosto dos que

falam fingindo que deixaram escapar. E nem interessa

sobre o que/quem estava comentando, sempre prefiro

o silêncio que demonstra controle de si mesmo, que

inspira segurança e sanidade. Sanidade deve ser minha

nova palavra preferida, sabe. Sanidade é fundamental.

tem tanta gente louca falando o que não sabe de

pessoas que neminteressam a elas, que nem sei mais

quem pode me interessar. eu não gosto de quem tem

necessidade de defender pessoas quase desconhecidas

só para manter a posição do outro. Prefiro minhas regras,

tipo essa do silêncio, de apenas criticar da maneira certa:

sem atingir o alvo e o receptor, só divertindo a mim mesmo.

se você sabe coisas dele, não exceda, guarde pra si

mesmo. as pessoas que querem continuar te vendo da mesma

forma, agradecem.



I don’t like you, but I love you (...) I don’t want you, but I need you.

She & Him

terça-feira, 24 de agosto de 2010

alphabet Town.

as vezes percebemos que pessoas não querem pessoas ou
relacionamentos, elas só querem encontrar possibilidades

possibilidades de ter aquele drama bonitinho de seriado

possibilidades de pelo o menos uma vez sentir o amargo no
peito e reclamar dele, mas no fundo sentir que ele faz a vida
pulsar e que sem tudo isso o resto é só o resto, porque
quando ele pulsa, ninguém importa. nada importa. tudo
importa. agora tudo importa, tudo pesa. nada se encaixa, mas
tudo parece ter sido premeditado. eu, que vivia me afogando
em "se tivesse" ou "se não tivesse", percebi que minhas
atitudes são pequenas ao poder que as pessoas tem de
modificar tua confiança e tua preocupação e teu querer bem.

o que não importa mais é resolver tudo, pois essas coisas
feitas não tem resolução. e pensar que podem ter tantos
culpados, tantos "se", tantos momentos em que pessoas
deveriam ter freiado, se controlado ou só terem cuidado
dos sentimentos e fatos que lhe dizem respeito. me sinto
no centro de uma sala fria, rodeado de crianças que ainda
não tiveram o momento de crescer e ter seus próprios
relacionamentos, que não percebem as coisas fódas da vida
e que não conseguem manter uma atitude linear e congruente
pq no fundo acham que sentem muito mais do que sentem
de verdade. não é demais querer certa segurança, menos
instabilidade e controle. coisa de adulto que nem tão velho
precisa ser, mas também não precisa ser menininha
frágil se perdendo histéricamente. no fim, passei um dia liso,
tentando não pensar em nada disso. não vejo horizonte,
nem futuro, nem coisa próxima e preciso -só uma vez -
me ver tão meu que.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

noite de sábado. -s

My Last Days of Romance - Vanguart

You call me in, I check my clock
My shoes were stolen
And you come and you surround me

The sun comes down, the flowers' dirt
The bird that sings
Is the same that surrounds you

But now I'm spinning through
My last days of romance

A good friend said we lasted too long
But now who's going to
Desperately surround us?

I even forgot
the unforgetable caresses
that used to surround us

And now I'm running through
My last days of romance.

You crossed my way, I said goodbye
The rain hit us like
A pillow that surrounded us

I've made up my mind while drivin' a bad trip
And now you're not here
To warmly surround me.

Cause I been heavily hit
By my last days of romance.