segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

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não sei o que dizer. todos me confundem. todos me dão medo.
as vezes acho que estou tão cansado que nem raciocino mais,
mas sei que estou do mesmo jeito, só que com vários machucados
que não tinha antes. não consigo dormir em paz, depois de
tantos dias tentando fazer tudo passar, quando realmente consegui
sentir que não me importava mais: o telefone toca com as
mesmas conversas de sempre, o msn abre com trazendo toda a
confusão de volta. queria conseguir dizer que não quero ouvir.
dizer que não quero saber. que não quero porque quando eu
demonstrar que ainda gosto, você vai sumir. e sumiu dois dias depois.
eu tive sonhos ruins de tanto pensar, parei de ler, parei de enxergar.

as pessoas são complicadas demais pro meu saco, não sabem o
que querem, não tem noção do que demonstram, do que prometem,
sugerem, insinuam. eu já não sei o que me faz feliz. nada é tão
irônico do que checar o celular todo momento, fumar sentado
encarando a caixa de
texto do blogger e matar tempo no caixa do
supermercado por ter
medo de voltar pra casa ou de ter que ficar na
rua. ou de continuar
sozinho achando que tenho alguém por presenças
idiotas. promessas
curtas e ridículas. meu amor termina ao ver uma
música bizarra
tocando no teu player, de tanto que eu gosto, de tanto
que eu sei gostar. nasci pra ficar sozinho ou pra encontrar alguém exato,
ou pra aprender sozinho que bom não são os que começam como
tempestade e depois ficam calmos: no próximo ano que as coisas mais
calmas, as pessoas melhores. (eu que escolho a ordem das palavras)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

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e desencanei. fico tanto tempo querendo fazer com que as relações
bacanas continuem, que não percebo que já não me fazem bem e
que não adiante insistir. um dia eu aprendo a não encanar, enquanto
isso vou aprendendo que não adianta sair da órbita que nos interessa,
porque esse negócio de ter que ajudar o outro a se entender é
desgastante demais: já basta tentar entender a mim mesmo.


o pior é que ainda gosto. o pior é que continuarei dando espaço,
a diferença é que não vou mais correr nem me preocupar em
manter alguma coisa. se manterá o a relação do que sobreviver em nós.

domingo, 20 de dezembro de 2009

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o dia era todo meu. o calor. o suor. a lembrança de fotos. a visão
distorcida. tudo meu. e no fim, eu só me entendo quando chego
em casa. me perco quando não sei onde quero estar. me perco
quando quero algo totalmente diferente, quando não entendo como
alguém consegue não se importar com a minha dor do domingo ou
com tornar-se indiferente de uma hora pra outra.

assim como não consigo estar em casa por muito tempo, meu mural
deixou de ser meu, minhas palavras deixaram de ter minha essência,
meus desenhos pararam de me interessar. ultimamente eu tenho
vontade de falar, de pegar um "Clarice" amigo e sair lendo em voz alta.
quero me desapegar das coisas, do costume, dessa falta de concentração,
de calma e silêncio. tenho sido um caos inteiro. só silenciei todo depois
de beber muito, o que certamente me trouxe um dia em que esqueci
do que tem me chateado. e essa coisa que me chateia é toda minha,
não é do tipo que eu queira, ou possa dividir. talvez eu até queira, mas
não posso. talvez se eu contasse ela doeria menos, mas não vou. ela
vai doer por tempos, ela não vai me parar, vai me adoecer e me levantar.

vai me fazer ter medo dos próximos e querer te continuar, mesmo que
não mereças o que.

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depois me perguntam por que não consigo aproveitar o momento,
e fico sofrendo por antecipar o fim dos relacionamentos, esta aí
o motivo: quando alguma coisa mais é muito forte no inicio e mais
parece que vai durar, em poucos dias tudo se dissipa. e dói pra
caramba. então, mais uma vez a vida querida dando tranqueira nas
minhas pernas é só uma soma à todas as anteriores e cada vez
o escudo fica maior e mais forte. tenho dito.


o pior de tudo é indiferença: prefiro que me diga o que tem a dizer
se tiver certeza disso, claro. Se não tiver certeza é só conversar.
agora, ficar em silêncio sem saber o que fazer, horas ignorando e
horas vindo atrás, não dá certo não. tenho dito e ainda gosto.


vida é puro sofrimento.

sábado, 19 de dezembro de 2009

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e um dia a gente encontra alguém numa estação, numa casa, num
dia totalmente vazio de ar; e daí começamos a sentir a beleza de
ter alguém. é uma sensação de estômago, de luzes, sons e presença
constantes. é encher o vazio de ar e deixar de beber e tentar parar
de fumar. ouvir é tão bom e, mesmo com um medo de ficar grudado
demais, é tão bom ouvir aquela frase dita com tanta convicção que
não pensei que passaríamos por isso. ou que não passaríamos por
aquilo que tinhamos vontade. agora, eu prefiro que fale tudo de uma
vez.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

o problema.

e pior é quando as coisa não tem fim: elas continuam assim
sem ser nada, sabe? estamos aqui, não podemos mais por
enquanto, mas ainda somos sem poder ficar juntos. minha
gente, a vida é linda, nós que fodemos tudo, néam? NÃO.
a vida termina com tudo: muita espera e euforia dão em nada.
não tenho mais como sair daqui, só fico esperando.
olharei
meu celular de três em três minutos sem fazer uma ligação.
apesar de saber que quero e preciso, viver sozinho dói
menos menos menos: é uma dor constante de não ter. ter
alguém traz essa dor de perder, que é como arrancar uma
parte; tem sangue, tem diminuição de alguma coisa que não
reconheço em mim mesmo, mas que está aqui por causa de
alguém. de alguém que estava e já não sei mais o que é.

um dia eu chegarei no acerto do jogo, por enquanto só erro
na hora de escolher, não sei ser liso e desinteressado: entrei
com tudo porque assim sentia que o outro lado estava. e
estava. mas né, o tempo não colabora: muda todas as
estruturas que pareciam mudar o meus próximos dias. quando
eu crio expectativa, a vida vêm e mata.
quero ir embora.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

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gosto de reciprocidade, das coisas que me fazem bem,
das que machucam também. a gente se engana ou o quê?
porque assim, no inicio eu pensei muitas coisas e como
sempre fui entrando sozinho num lugar que já tinha me
esquecido novamente; agora, que eu estou quase totalmente
instalado, nao sinto nenhuma ação do outro lado. talvez ação
não seja A palavra, acho que esforço se encaixa melhor. me
sinto meio triste, mas diferente, não sei. enquanto não vejo
um fundo negro, tudo continua sendo meu. talvez não seja
um bom momento pra começar nada, mas eu quero! e quero
que continue, porra. bem, é issaê, me sinto voltando aos
antigos tempos de brasileiraprêta! ou de rua ou de fingir.

tenho prova e não estudei, como se já não me interessasse mais,
ao mesmo tempo que estou preocupado em reprovar, não
aguento estudar. sei lá, todas essas coisas enchem mais a minha
cabeça e me preocupam mais (?) -n.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

das coisas que me irritam,


e muito: inconveniência, não ter noção de limites,
inconstância, incoerência e pessoas que acham que podem
fazer joguinhos amorosos de adolescentes à la Gossip Girl,
muito me irritam. ao ponto de eu querer explodir. olha, eu
pondero muita coisa e, no fundo do meu egoísmo, não me
importo com nada até que eu seja atingido ou que eu sinta
ameaça de tal coisa ocorrer. as coisas vão bem pra caramba,
apesar de ter estagnado nos últimos dias por causa de. nem
sei bem a causa. mas assim, no final do dia é bom. estar
cansado, quase dormindo e mesmo assim querer conversar
é bom. não sentir que estou tão sozinho é bom. uma chamada
não atendida, uma mensagem, é bom. ah, é tudo bom.
então, não me torrem assim. cada um continua exatamente
no seu lugar e tudo continua bem, sem tentar tramar desvios
quando as coisas começam a degringolar. tenho dito.e agradeço.

das coisas que me irritam.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

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ah, no more drama daqui pra frente.
insegurança, meu sobrenome. mas hoje a eterna salvadora das
minhas crises me falou tanta coisa bacana que tentarei diminuir
essa sensação de que tudo vai mudar.se não puder consumir com
ela, ao menos fugir então.

dentre as coisas boas que tem acontecido ultimamente, não posso
reclamar de nenhuma. final de ano é tri cansativo, começar ou
tentar gostar de alguém é mais cansativo ainda, exige paciência,
saco e dedicação, predicados que não são meu forte, mas sabe,
algo me diz que.
e que. e o importante é sentir bem quando juntos,
o resto é o resto e tem todas as coisas da minha vida pra resolver.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

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quero dizer que me faz bem. que tem me feito bem.
não preciso falar baixo, não preciso falar quem.
de onde a gente menos espera, as coisas mais bacanas
acontecem.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

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com dias contados surge um medo ligeiro nessas últimas horas.
o dia foi bom, as coisas foram boas e passaram de alguma linha
considerada limite. o silêncio ou a ausência nessa noite dá a
impressão de que ter ultrapassado o limite modificou alguma coisa
que estava boa pra caramba. é o que parece, posso estar viajando.
fato é que sempre que tudo está bom assim, alguma coisa
acontece. que merda, hein? só espero que agora não passe e que
realmente seja só impressão e que eu não comece a colocar
esperanças em algo que é bom mas que não tem futuro. é por
isso que não gosto de gostar demais: fico fora dos meus propósitos.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

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e é tão estranho a maneira que as coisas acontecem, sem
querer antecipar nada.
as indicações são inteiras, mas não são diretas.

se eu tivesse como perguntar, o faria rapidamente, daquele
jeito que a resposta se apresenta na forma como a pessoa se
comporta ao ouvir: nem precisa falar nada. algumas pessoas a
gente conhece sem conhecer e o mais complicado de confiar
rapidamente é que as coisas sempre parecem acabar rápido
demais, antes que eu saiba aproveitar de verdade e. ok, não
vou pensar em nada, só estudar, como havia prometido.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

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queria saber de onde certas pessoas se conhecem, o que as une,
o que já aconteceu ou não e, principalmente, se eu to
tão desinformado e encaixado num papel idiota assim. o pior não é a
preocupação em ser passado pra trás, mas a sensação de que não
dá pra confiar em quase ninguém. salvando as exceções. até dá
pra confiar, mas o soco no estômago vai vir tão usulmente que
prefiro ficar na defensiva. um pé atrás diverte menos, mas também
machuca menos.e o pior: o que era ontem antes de dormir, 24 horas
depois já não é mais certeza por causa de uma informação tosca
que me faz pensar onde grudam as teias de quem me procura. saco.

onde grudam e pra onde vão. eu não sei quem vai dizer de mim.
posso colocar meses no lixo, posso fingir que não senti nada já que parece
ser assim que todo mundo faz. o que vale é a contagem. só vale a contagem
e a soma da nota do corpo. entendam sem precisar refletir, é tão óbvio:
é tão ridículo que chego a duvidar sobre estar no meio certo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

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hoje eu consigo me sentir. só me sinto quando existe dor em mim.
não é mais sobre dúvidas e vontades mas sobre o quanto me
encontro quando a tristeza permeia o dia. sinto que me querem bem,
mas não conseguem carregar tantas coisas que sou. de certa forma
ninguém foi embora pra sempre e também ninguém ficou ao meu
lado o tempo todo.

domingo, 22 de novembro de 2009

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assim como eu sou. assim o sábado seguiu me fazendo desistir
um pouco mais de algumas coisas que pensei, seriam diferentes.
não gosto de generalizar atitudes de um ou alguns, mas começa
a ficar difícil. sei exatamente das minhas coisas, da minha atitude
e comportamento; e sem querer me fazer singular, mas ainda
não me relacionei com alguém que compreenda metade do que
espero de um relacionamento, ou como sou quando estou em um.

e a coerência, cadê?
não to feliz com isso, é uma sensação de estar num filme sem nexo
e pessoas sem noção. ok, me dê um desconto porque o fim de
semana foi um saco. num dia tu ouve uma coisa, no outro a atitude
é totalmente inversa. eu sei eu sei que já devia estar acostumado
com isso, mas não estou livre de sentir decepção/raiva. vou indo,
agradeço a injeção de realidade, pois eu andava desarmado até
algumas horas atrás.

sábado, 21 de novembro de 2009

ultimamente percebi que quando a conversa é muito séria
e eu não quero me envolver, é só começar a rir. depois que
a gente aprende a rir, virando o rosto pra todos os lados
pra outra pessoa não perceber, vai pegando a prática e logo
não precisa mais ter nenhuma conversa tensa.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

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continuo ouvindo 'The Sounds' repetidamente sem enjoar porque me
faz lembrar de alguma fase boa em que as incertezas eram constantes,
mas não me abalavam tanto: eu tinha tempo, eu sentia uma certeza
de que daria tempo pra fazer tudo. agora, as incertezas são constantes
perturbadoras, chatas de sentir e de se tentar resolver. são de amor,
de amizade, de situações em que os dois se envolvem; são de trabalho
ou a falta dele, ou a falta de vontade de estudar o que não gosto,
ou a incompatibilidade entre o que eu quero fazer e o que eu faço. se o
que eu faço fosse momentaneo, beleza; mas o que acontece agora é
todo o restante, o hoje é a voz ditando os fatos do futuro:
e medo. todo mundo sente, mas e o saco? acho que só não sente o
vazio quem não deseja nada mais do que é ou tem, e tão completo acho
que não conheci ninguém. tudo meio tenso por aqui.

domingo, 15 de novembro de 2009

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e é tão ruim de sentir. logo o tempo passa e não fiz nada, não
parei em ninguém. queria ter certeza de estar certo do que
quero fazer, mas quando eu acho que vai dar certo, percebo
que não sei conviver com isso, que talvez esteja tentando
fazer alguém caber no meu sonho quando a idéia é totalmente
diferente. não sei, não sei. tenho vontade de falar tanta coisa,
mas já não consigo escrever tanto aqui, já não consigo conversar
bem com alguém, não me decido e fico matando tempo e sofrendo
por querer.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

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nem sei quem foi que disse, só sei que não tinha resposta
e
pensei: "13 minutos, e aí?"

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

.b

por conversas rápidas aprendemos muitas coisas sobre
nós mesmos, acabei percebendo que o entusiasmo de
que falava era tão tão tão miserável por causa da carência.
a carência de alguém não passou, mas digo, depois de
me perceber não como sou, mas como consigo ser, tirei
um peso grande das mãos. só preciso parar de pensar
que tudo está direcionado aos meus problemas. esqueci
que dividir não é se doar totalmente, então, fico por aqui
comigo mesmo terminando o que já comecei até o
momento que a real vontade acontecer. e agora um café.

e agora um "ir atrás".

domingo, 8 de novembro de 2009

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olha, eu não entendo o descontentamento. não tem diferença
alguma estar ou não. um lugar terá mais fumaça e pessoas, o
outro terá mais comida e silêncio. acho que a insatisfação de
estar em casa é que não haverão chances de depravação que
não sejam as da internet. no final, eu gostaria apenas de ter
aproveitado melhor o tempo, ter assistido menos filmes e ter
desenhado mais. ter dormido menos e ter bebidp mais. não sei,
tanto faz. fico enraizado em várias pessoas e não consigo me
mover quando sinto vontade de beijar alguém que me convida,
sabe, tenho medo de que minha vontade se concretize e que
depois não era o que eu queria e virei o mair chato de galochas.
não precisava estar em casa, mas talvez não tivesse afim de
sair e chegar frustrado por não voltar com marcas de sexo.

ontem foi bom apesar de ter rolado um bolo enorme de alguém
que eu considero importante. e eu não entendo, cara. depois de
muito tempo repetindo as desculpas, tenho a sensação de que
não quero nem ouvi-las mais. ficar sozinho é ruim, mas ter de
fingir não sentir é pior ainda. to sentindo uma coisa estranha,
tentarei dormir antes que o efeito me transforme num lobisomen
juvenil.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

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não foi o melhor, mas não tenho coragem pra dizer que foi
o pior: conquistei algumas coisas que não pras quais não dou
o devido valor, a grana não tava tão curta, ganhei alguns
amigos (destaque! uma parte importante que eu espero que
continue me fazendo bem), alguns outros amigos se dissiparam.
poucos amores, mas muitas histórias: algumas que me fisgaram
e outras que preciso de esforço pra lembrar. foi tranquilo.
talvez o mais conturbado tenha sido querer sempre que
melhorasse, e melhorar pra mim é agitar sem ser cansativo.
dos últimos 3, o que teve mudanças mais brandas, que me
encantou e ensinou menos, mas foi. ta aí o próximo, faço
minhas listas, tento cumpri-las, tento me animar. quero estar
despreocupado quanto ao que será, pois daí o que vier é grande
conquista e não apenas algo pra me conformar. (sobre)viverei, acho.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

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e fica aquela incerteza de que seja sempre assim. eu queria ver
sentido, mas os últimos dias passaram rápidos por terem sido
pouco. a coisa se envolve em momentos que não me encaixo. tudo
o que queria escrever estava guardado hoje de manhã, e agora
passou. não era idéia, não era vento: tinha alguma substância
estranha sobre os comprimidos desnecessários de uma noite longe
do meu colchão e agora sinto as dores da cama que não era minha.
as vezes o tempo parece curto em relação ao que preciso fazer.
quando faço as contas percebo que muito sobraria, mas onde coloco
a vontade de terminar o esboço da árvore enraizada num coração
humano?restando uma hora e seis minutos,tendo que terminar um
texto inteiro que pouco entendo. e pouco entendo o que tem acontecido,
pouco decido quem me interessa ou quem vai me deixando aos poucos:
não sei mais levar, apesar de continuar desejando os mesmos erros,
apesar de saber exatamente o que quero, me confundo com as
diferentes entradas que venho conseguindo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

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A situação de carência vivida no quotidiano das massas, onde
não há nenhuma ocorrência excepcional, onde o indivíduo
tem de levantar-se cedo todas as manhãs, pegar um ônibus
cheio, passar lá mais de uma hora, executar um trabalho
maçante, relacionar-se superficialmente com os seus colegas
de trabalho, ir cansado para casa, pegar outro ônibus cheio e
viajar mais tanto tempo, chegar em casa, jantar, sentar-se diante
da TV, cochilar e por fim dormir, para ter no dia seguinte tudo
outra vez, por uma vida toda, essa vivência sem novidades, sem
emoções, sem ocorrências que fujam do quotidiano retiram do
sujeito o verdadeiro prazer de viver.

Ciro Marcondes Filho

*ok, não pego uma hora de ônibus, nem rola isso de trabalho
maçante, mas ando me sensibilizando com os movimentos
trabalhistas, sério. vou parar de ler por um tempo. não gosto
de me envolver demais nesses assuntos. sou do tipo ''palitinho'',
nada extremista.

sábado, 17 de outubro de 2009

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já sentiu falta de algo que não te fazia bem? pois eu sinto. todos
os dias. não me fazia sorrir - pelo contrário- e nem me fazia
crescer,mas era a minha cara, era algo que eu podia chamar de
meu e sentia que realmente o era. não sei onde quero chegar,
não sei qual caminho devo escolher- se é que ainda posso escolher
alguma coisa- sinto quetodas as possibilidades não são minhas,
não são pra mim, não são o bastante. entre o tal momento e o meu
hoje existe um vazio imenso e, não sei como, mas pareço ter dado
um salto até aqui, como se não tivesse vivido esse espaço: simplesmente
cheguei a esse ponto que tanto detesto.tenho medo da enorme
interferência que esse descontrole da situação possa afetar o que
vem pela frente, e muito me irrita me preocupar tanto com o que está
por vir. hoje não é um dia bom: o tipo de dia em que eu desistiria
de tudo por outra coisa qualquer. por mais que eu tente de diferentes
formas, não consigo esvaziar essa sensação.as músicas que tocam
automaticas e aleatórias parecem ter sido escolhidas para uma sessão
nostalgia. queria poder deixar um bilhete e, como a Izzie acaba de fazer
no último episódio, apenas ir embora. ir embora, assim, sem saber
se volto, pra onde eu esqueça um pouco disso, um pouco de mim, se me
despreocupo com o futuro e se consigo estar por mim mesmo sem ser
este que lamenta agora. *sim, era de ti que eu falava, acho. talvez não
só da pessoa por inteiro, mas de toda a situação que me faz bem; que
me deixa desconfortável com o papo sobre cigarro, mas estamos aí.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

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não há tempo pra pensar que o tempo passou; é isso agora
ou só em cinco dias, uma semana, um mês ou quanto
tempo mais demorar pra sentir a sintonia e vontade de
fazer. quero talmovimento que não posso acessar agora,
não é imediato e, quando conseguir, todo tempo de
planejamento que o antecede, vai tirar todo seu sumo
elétrico que quero sentir na pele. enquanto o tempo passou
e continuei sem descansar, penso num café cremoso e
em como a minha insatisfação não vai chamar a tua atenção.
planejo sentar e pedir minha bebida pois as coisas que
acontecem ao acaso estão acabando comigo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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o momento em que as coisas não parecem estar erradas,
mas o sentimento é de que nada nada nada está certo.
o momento em que tudo parece estar preenchido, mas o
movimento que toca minha pele não está aonde vivo.

falta alguma coisa, cara. e eu sei o que é. e acho que meu maior
medo é de que no dia em que eu conseguir essa 'coisa', esse
sentimento de vazio continue vivo pra que eu descubra que não
era aquilo que eu precisava. a merda da eterna insatisfação
humana: super compreensível, todo mundo entende e ninguém
pode consertar isso. é uma sensação incontrolável de ter o controle,
de poder ficar em silêncio, mas deixar que tudo role da maneira
mais difícil.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

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tem esses momentos de reparar em cerâmicas antigas
e pensar em músicas que queria muito ouvir agora, e
nem estar bêbado pra deixar tudo passar mais liso do
que realmente está. pessoas perdem roupas íntimas e
eu fico sentado observando as coisas brancas no mesmo
lugar, o cigarro me esperando, alguém que queria muito
conversar e acabei querendo tanto dormir que nada falei;
na verdade eu só quero dormir e esquecer de mães e
lugares em que as pessoas deixam de falar o que realmente
interessa. as idades não são compativeis, esqueço de
fazer alguns convites e outros eu faço sem pensar. it's over.

estou em casa desconhecida e queria estar com alguém que
está longe, que pouco conheço, mas que me faz bem pra caramba
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terça-feira, 6 de outubro de 2009

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como não dá pra resumir esses acontecimentos bizarros
do meu dia, não sinto vontade de falar sobre outras coisas.
acho que todas as crises com as coisas que deviam ser
automaticamente normais a um ser humano vão passando
com o tempo, ou só vou deixando de me importar. acho
bom só voltar quando realmente quiser escrever. enquanto
isso vou plantar um pé de sagu, haha. nãosouengraçado, sei.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

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um dia vou pisar o chão molhado que imagino agora.


gosto de antecipar as coisas, mas nao gosto de sentimento.
penso demais, me consome demais; nem deitar tranquilo
consigo. é que eu acho estranho demais. até hoje eu mudei
pra caramba. mudei de casa, de cidade, de família. mudei
nos sentimentos, nas atitudes e no corpo. sempre gostei
dessas mudanças -repentinas ou lentas- e continuo gostando,
mas até hoje tudo estava envolvido comigo e não com as
coisas ao meu redor. se pensar bem, percebo como tenho
dificuldade em ver que as coisas mudam muito. na correria
nem dá pra perceber as transformações da vida, das pessoas,
dos lugares, de tudo o que me trouxe até aqui. espero mesmo
que tudo fique bem, esse até parece um post muito dramático
e provavelmente eu estou exagerando em me preocupar com
coisas que nem dizem respeito diretamente à minha vida.
então, as coisas ao meu redor mudam e parece estar na hora
de praicar a arte do desapego. bate aquela preguiça, aquele
medo de ter de fazer várias coisas que não estão nos meus
planos e de não poder fazer várias coisas que vinha planejando.
um pouco penso que sinto decepção por não ter pensado em
mim em estágio algum da decisão. um pouco penso que estou
sendo egoísta. e pra piorar não posso falar realmente o que
sinto, porque OI, sou querido e não quero magoar ninguém.
tudo fica engasgando aqui na garganta, só esperando um cigarro
que venha piorar a sensação de gripe. to cagando de medo.
e com todo esse ar de mudança, lembrei que morreu o vizinho
velho que sempre me dava 'oi' quando eu passava de manhã.
morreu. e vou realmente tentar estudar pra não e sentir
culpado depois ao ver a nota da prova.

domingo, 27 de setembro de 2009

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sei lá o quê. fui descobrindo uns lados que se encaixam tão bem.
nunca espero que as primeiras frases possam adiar uma
descoberta dessas, mas no fundo sei que me preocupo demais,
não posso querer manter do meu jeito essa coisa que se renova
tão facilmente. não sei como posso ficar desejando coisa tão
velha e repetida na minha vida. não entendo como dormi tanto
tempo e, agora que conseguiram me acordar, continuo sob o
efeito das miligramas que agora se recusam a aparecer.
hoje fui pura ressaca de esclarecimento. fui muito sono, chuva
e café
;

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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não quero mais sentir as mesmas coisas erradas. esqueci
as coisas que aprendi por estar querendo compartilhar.
essa vontade de dividir acaba comigo. não é nada complexo,
quero dividir meus 10 minutos, fazer convites nas minhas
horas vagas, dividir o último cigarro. não é uma questão
de procurar sentido, só de ficar bem. bem agora, bem
enquanto durmo, bem pra amanhã. e amanhã realmente
estar. sem risos bobos ou olhares de stalker. ter o abraço
que baste. um copo que seja o último. um cigarro que
satisfaça. um todo-ombros-e-peito que seja mais pesado
que minha mão. por quanto tempo vou me arrepender por
não ter tido coragem de beijar o movimento? enquanto eu
puder rir de minha própria indecisão, dos meus exageros
com o café e da minha dúvida sobre os amendoins.

domingo, 20 de setembro de 2009

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tenho pensado em fazer algumas coisas que preencheriam
as lacunas que sobraram; as vezes parece solução pra esse
vazio, e em outras parece desespero demais pra ser levado
em conta. Acho que é porque corro demais, e corro com uma
vontade deitada, esperando encontrar plenitude, ou paz,
ou alguém, ou eu mesmo. Mas as frustração de sempre ter só
a metade, de ter só um quase tudo da parte inteira de que
gostaria, faz o passo diminuir pra poder olhar ao redor e me
certificar do que quero. a certeza não existe aqui: giro cada
vez mais, afundo cada vez mais numa vontade de ser qualquer
eu que ainda desconheço em mim, mas que talvez seja a
face/defeito/sorriso de alguém.

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acho que tem esse momento em que decido ficar
sem achar que estou fazendo a coisa errada. mesmo
que algumas conversas terminem sempre num
tom bravo e cortante, outras coisas me deixam bem.
e num momento que não esperava, fico sabendo de
coisas que me ajudariam a esquecer do que fomos,
mas tenho essa sensação de que não quero esquecer.
acho que me falta o novo. falta um novo. nem sei pq
ainda aposto nessas esperanças falsas, melhor do
que não tê-las, certamente. nem sei o que tava
querendo dizer. o que aconteceu é que descobri que
o que senti durante um puta tempo podia ter acabado
se eu soubesse antes do que sei agora, etcaetera,
etcaetera. assuntos velhos, caminhos parecidos enquanto
vou perdendo o tato e as curvas brilhantes das palavras.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

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quando me perco na contagem dos dias, é porque me achei
em todo o resto. esse resto de que falo não é tudo
o que
deveria ser, mas as coisas óbvias em que devo
me focar:
aos poucos um certo equilibrio vai pousando
morno sobre a
vida, deixando tudo tão amarelado que é
difícil identificar
como está indo pra frente. mas está indo.
algumas coisas
antigas agora realmente não me chateiam
mais: posso ver,
posso falar sem me render à bobeira.
talvez não possa tocar
sem querer ter novamente, mas
está indo.

de repente, resolvi achar alguém. foram uns momentos até
divertidos quando resolvi assistir minhas próprias atitudes,
como eu perdi um pouco do jeito depois da última vez. as
vezes parece que cansa, que não preciso, mas no fundo ando
precisando tanto que resolvo coisas que mais parecem
cruzadas. caio em mim, volto ao quarto e tudo fica normal de
novo. apesar de ninguém esquecer certos momentos,

mas tudo vai indo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

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nas tardes de chuva eu queria só dormir. dormir e
reencontrar o que perdi debaixo dos meus olhos e
minha paciência. nada de
molhar o jeans e puxar o
capuz; nada de lembrar
dos cheiros e olhar fixamente
a água correndo por
trás da fumaça. só domir pra
quebrar um pouco do
êxtase dessa tristeza.

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pessoas imediatistas me chateiam demais: sempre muito
desesperadas, desfocadas da cena em que pretendem
aparecer. não entendem bem a as piadas que acompanham
a conversa, já que só querem saber do que estão querendo.

segue minha vontade de estar em dois, sem pensar
e sem o
vulgar, só caminha o restante escorregando antes
de tornar-se
o ápice de um dia sem sensação. recebo esses estranhos
elogios, continuo calado; meus olhos
estão estranhos: ardem
sem razão; durmo sem descansar.
ela disse que mata! mata o
primeiro que se apresentar.
morro de rir e já não preciso deitar.

sábado, 5 de setembro de 2009

eu bufo, ele bufa, nós bufamos.


refletindo aqui sobre a busca: é sempre menos redonda
do que parece. começa exagerada, com grandes planos,
efervescendo a transparência das possibilidades. logo
aparecem os cantos, os pontos cegos e, a qualquer passo
mais lento, o descaso se alastra e ela se deita já cansada.

literatura não traz felicidade pra ninguém, era sobre isso
a nossa conversa. de um lado o sol, de outro a desconfiança
subindo velhos degraus. quanto tempo mais tudo vai
permanecer da maneira que não queremos? um telefonema
não te faz mais próximo de nada; estamos sentados bufando
sobre o que não dá mais certo em nós, sobre nossas coisas
em comum que não funcionam como ligação. não tenho
vontade, você não permanece: não temos chance de nada.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

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acordei sentindo as dores do sonho sem conseguir
lembrar direito do que acontecia nele: tenho certeza
de que é uma coisa que realmente queria repetir.


olha, não é que eu esteja dificultando o entendimento,
eu queria muito achar razões pra te explicar a sonsice
da tarde de ontem, mas é tão dificil que já prometi a
mim mesmo não repetir aquilo e pronto. quando não
sei se vou ou se fico, acho que é mais por querer ficar,
apesar de que ficar sempre dói. não na hora, como ontem.
na hora
é puro silêncio do calor novo que não vai embora. dói
depois, no barulho de casa, nas conversas sem graça
e na repetição dos olhares diários. como prometi não
repetir o feito, tenho 14 minutos pra sair correndo,
procurar as imagens que me distraem e tentar, tentar
não ligar. tentar, tentar não atender. não, não repetir.

domingo, 30 de agosto de 2009

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e nesses curtos tempos em que não há sexo reconhecendo os
travesseiros, escorrem geléias de mirtilo, caldas de chocolate
e cerejas por cima das coisas mais doces e das coxas mais tenras;
esquentando a imaginação e conseguindo fazer salivar essa
incontrolável frustração de não ter. já não existem códigos,
apenas a vontade de falar o que se sente, sem vergonha ou
preocupação em ter uma resposta, um reflexo basta.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

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acho que alguma coisa acontece entre o olhar e o reconhecimento,
ou entre o esquecer e o avisar. num momento de 'quase frio' no
estômago, a tranquilidade retorna esboçando uma falsa integração
entre o próximo passo, o atual desconcerto e a velha decisão. não
posso conter o 'quase frio' e vou caindo a cada degrau que subi.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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existem esses momentos que parecem intermináveis em que
só quero fazer tudo, menos o que preciso fazer. e o que desejo
fazer perde o gosto quando realmente faço: exatamente como
o sexo, que perde todo o gosto quando termina, mas é a melhor
coisa da vida do inicio do tesão até a vontade de se limpar e
fumar um cigarro. exausto. feliz por pequenos acontecimentos
do dia, cansado e triste por outros: o de sempre.

o arrependimento nunca é um gesto espontâneo, há sempre
alguma coerção por trás dele. meus gestos não são espontâneos,
ignorando minhas esperanças, espero que as forças do universo
comecem a reagir contrariamente ao que quero, fazendo assim
com que o que finjo não querer realmente aconteça 'naturalmente'.
alguém deve conseguir ser
feliz sempre procurando pessoas pra
caber no seu sonho.
boa sorte, então.
acho que insanidade está
chegando, internação já.hahaha!

o livro terminou super broxante, exatamente assim:

"Tudo era fantasia, um sonho, um mundo de vastas emoções e
pensamentos Imperfeitos"

*título do livro clichê: Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos, Rubem Fonseca.

sábado, 22 de agosto de 2009

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a vida está aí, rindo pra mim como psicopata bolando um plano, saca?

blog de bêbado não tem dono, repito; mas não vou apagar este post
que está aí embaixo: bebida entra e a verdade sai, melhor ainda...
apesar de que o custo benefício desse negózdiblog ta bom não. em
meio a tantas bobagens sobre alma gêmea, laranjas e panelas,
temineifalando sobre mudar a minha vida. podia fazer uma tatuagem,
colocar19837 piercings e skinhediar por aí, mas e a graça? acredite
que a vida
realmente não mudou! MAS consegui mudar alguns
pensamentos, coisa tão inédita na minha vida. EU que sempre fui
por sensações e pensamentos intermináveis, consegui controlar um
sentimento que tanto me chateava, apenas desviando dele. então,
quando penso na coisa/pessoa, logo penso numa cena de filme ou
livro que me distraia, que me faça imaginar detalhes, acendo um
cigarro ou como alguma coisa. está dando certo. devo dizer que
fumo, como e assisto seriados excessivamente, mas o que interessa
é me curar dessa coisa/pessoa.

inteligência manda notícias: voltei a ler compulsivamente. ócio criativo

bate na porta: terminei meia dúzia de desenhos inacabados. hipocrisia,
uma arte! tarde de sábado? desvio mais uma vez indo pra academia.



quinta-feira, 20 de agosto de 2009

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já nao sei mais sei contar como me sinto cansado, feliz por uma
(SÓ UMA) coisa que aconteceu, como me sinto idiota,
irritado
com alguém e ao mesmo tempo decidi largar de
mão velhas coisas
-e pessoas; repito: e pessoas;e, principalmente, pessoas- que não
me interessam, ou me
interessam tanto que me fazem adoecer,
essas baboseiras. to
tão cansado, não consigo dormir e acho que
exatamente nesse
momento eu sinto que não existe ninguém pra mim.
porra, e
toda a história das metades da laranja, a tampa que encaixa
na panela e o papo furado sobre alma gêmea? vou olhar pra cima e
conversar com o universo. as pessoas me contam sobre
o amor e eu
não tenho assunto nenhum pra devolver. curso e
cansaço cruel que
me fazem beber esse vinho ruim, assistir episódios
antigos-toscos-
que-me-fazem-ter-vontade-de-falar-como-
Lorelai-Gilmore,
demonstrarcarência à idiotas via msn e
depois vir aqui contar
que to sentindo um vazio no lugar da
suposta existência de
uma suposta alma gêmea (que se
realmente for gêmea, deve
ser insuportável como
eu sou, mas deve ser boa no sexo, como
eu. HAHA, e toda aquela coisa...)
well, agora tenho habilitação,não
aguento mais ouvir Caetano Veloso
e Nara Leão e pensar em
relacionamentos, to cansado, não tenho carro
nem a metade
da minha laranja, nem nada e preciso acordar cedo, mas
não
tenho sono depois desse puta dia cansativo E AINDA venho

me expor sem nenhuma razão. boa noite, amanhã vou mudar
a
minha vida,com olheiras maiores que as de hoje, e provavelmente
cansado demais pra realmente fazer algo diferente do que
já foi feito. decidi que amanhã vou mandar tudo -e todos; repito:
e todos; e, principalmente,todos- que andam me chateando
praquelelugarzin, sabe? talvez eu me sinta realmente leve e a
vida mude. -N?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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adapte-me à uma cama boa.

domingo, 16 de agosto de 2009

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na madrugada, vagalume. ainda tremo, ainda lembro exatamente
da sensação. caralho, não queria escrever isso de forma redonda:
queria
expor cada canto do que senti agora, do que continuo
sentindo, de
tudo isso que está explodindo em mim. mas é
desconhecido demais.me desconheço demais. sinto falta demais
e não entendo essas coisas.

dormi quase o dia todo. 15mg no total e agora que é noite, começo a
me sentir disposto a encarar um dia inteiro, mas é noite e não quero
sair. talvez reler alguma coisa -já que estou sem livros novos-, talvez
esperar você realmente me convidar: eis aqui um assunto em que
podia parar por muitos minutos, falando sobre muitas dores, muitas
angústias, nós na garganta, choramingos secos no caminho de volta
da faculdade e todas essas coisas que sentia por ti em silêncio.
porra,
eu queria te falar tanta coisa.a gente continua, mas a sensação
é que
tu realmente não sabe o que eu sinto de verdade, entende?

a noite de sábado foi boa, mas to tão cansado. eu mesmo me
surpreendi por ter ido, por
resolver amanhecer fora de casa:
fazia tantotempo. acabei vacilando, sei. é que depois
que o sol
bate na cara e a cerveja começa a pesar com o cheiro de
cigarro
nas mãos, a vontade é de estar em casa no mesmo instante,
sem
espera, sem viagem, apenas estar, apenas deitar; mas na real,
acho que quero tudo isso novamente. contar dinheiro, não me
preocupar
com o tempo, se preciso terminar de ler algum livro,
acordar, ver algum
episódio ou ficar com alguém que não vale.
algumas noites demonstram exatamente o que somos em
partes
que só nós compreendemos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

a vida é minha,

o pôbrema é meu.

nego não pode mais fumar numa boa sentado num banco de

praça sem ser recriminado por uma tia que passa falando
sobre a juventude estragar sua saúde.
se o filho-da-prima-da-sua-amiga tem dezenone anos e um
salário de dois mil por mês, bom pra ele, minha senhora. trabalho
meio turno e não tenho financiamento interminável, gasolina ou
conta de luz pra pagar; assim, posso pagar a mensalidade da
academia e ficar em casa comendo pipoca e assistindo sessão da
tarde da globo sem nenhum remorso. estudo, achei que isso bastava.
lembro que qualquer cadastro de email tem 'estudante' como
opção de profissão. e comparações são toscas e humilhantes.
prefiro o silêncio.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

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controlando essas coisas que não sentia mais. tentando, claro.
acho bom quando as coisas se ajeitam e mesmo sem sentido,
ficam mais claras. mas tem uma dor que não me deixa organizar
o que quero falar agora,um cansaço seco; mesmo assim, to indo
ali participar um pouco das coisas, das coisas que não me
completam -me esvaziam as vezes até- mas que não consigo largar.

e torcer pra que as aulas não sejam adiadas novamente, porque
mais duas semanas aqui sem ter o que fazer é crueldade (?)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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desenhar ainda tem o mesmo gosto. gosto enferrujado

de encontrar abrigo na busca da perfeição nesses traços
sem utilidade. não é uma explosão no encontro, como antes
quando ficava sem sono antes de terminar as sombras,
antes de terminá-lo todo, agora só é lembrança: resto de habilidade
misturada com uma nostalgia e algumas músicas soltas
pelo corredor. ela gosta da mesa torta e eu dispenso algumas
tranquilidades enquanto chove mais um pouco. tão devagar,
tão devagar, tão devagar pra me arrepender em algumas
horas e já não poder agarrar um travesseiro.

domingo, 9 de agosto de 2009

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fica tudo assim, como se eu tivesse fazendo a merda sozinho.
ninguém comenta sobre a parte dos outros, como se a tentação
estivesse aqui e quem, deliberadamente sai à procura dela,
pela simples condição de não fazer parte daquele mundo, fica
de fora das opiniões por simplesmente não ser aquilo: apenas
querem seus minutos de participação, de satisfação egoísta.
to cagando pra esses comentários, olhares ou opiniões, também
tenho minhas satisfações clandestinas sem entregar toda a
tigela do meu açucar. e o que deixa o café amargo é ver que tudo
tem sempre mais parte dos outros e. fica tudo assim, como se
eu tivesse fazendo a merda sozinho. e o que estufa o estômago
é ver que os créditos nunca são meus, mesmo que -fique surpreso!-
tenha feito as coisas da maneira correta. a chuva pára. dormir logo
por causa de horário de almoço do dia dos pais. garagalhando aqui:
o almoço só tem avô e uma obrigação sacana de ligações hipócritas.
a noite segue tendências. uma música repetida que gosto tanto:

" sunday morning, we'll soon be out on the boulevards.../
...
i'm all about you, you're all about me, we're all about each other/
you don't have to tell, 'cause I know so well what we are all after..."

Paris 2004, Peter Bjorn and John








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você já amou um remédio, Márcio? hein, já amou o efeito de um remédio?

Camila Lopes

sábado, 8 de agosto de 2009

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eu sabia que aconteceria novamente, certo? certo. não me

sinto mais à vontade pra contrariar essas nossas conversas
de sábado. eu sabia que aconteceria novamente e, mesmo
não pensando nisso tudo, fico olhando pra mesa, pra moeda,
pro livro que tento ler com sacrificio; mas esse silêncio novo não
enlouquece, parece tão normal, não sei, dá a sensação de que
tenta me ensinar alguma coisa. essa coisa insiste em ensinar e
eu insisto em observar e querer outras coisas, querer que esse
silêncio me irrite, querer me levantar e não aceitar, quebrar
todas as notas, todas os pratos, todos vocês. não faz diferença
programar ou não os horários das refeições:no fim tudo vira.
você sabe bem. sinto falta das minhas mãos que prometiam,
quando o sol me era estranho e a chuva me trazia palavras.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

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não, hoje não. acho que nem amanhã. lembrei que passei da
fase de organizar meu tempo de acordo com os teus
tempinhos. continue me ligando com voltinhas e continuarei
comendo com música. tenho todas essas páginas pra mastigar,
sentir o gosto, a textura, mas não engolir.
tenho todas essas horas pra enrolar com você e não dormir

com você

sempre me rendo, mesmo sentindo que o dinheiro esta acabando.
sempre termino, mesmo sabendo que não podia ter vindo; e
esse poder é pura invenção da minha tentativa de ser só assim.
de não querer ir mais. ser menos. fazer outro. de ser assim só.


botei na balança, você não pesou.
botei na peneira e você não passou.

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estou aqui, sim. fiz quase todas as coisas que me pediram, passei

em todos os lugares, dividi todos os pedaços, fingi não ver todas
as pessoas que não queria ver e ainda não peguei no sono. ou o
sono não me pegou. um belo dia VOU resolver mudar e arranjar
uma vida vulgar, haha. essas músicas não me agradam mais,
nenhuma delas. vão repetindo sem parar; canto todas elas até a
metade, quando
lembro que não me agradam mais, então vou
trocando. isso significa que
acostumamos tanto com as coisas que
não gostamos mais, que esquecemos que já não gostamos delas,
certo?

vejo
escudos amarelos na parede: imagino-os nos muros, postes,
jornais,
espalhados pela cidade como propaganda barata de produto
inútil que
todos querem desesperadamente comprar; mas eu acordo
e digo que não estão à venda e a propaganda continua lá. faz tanto
sentido pra mim... e mesmo assim, insisto em dizer que não me
entendo,quando obviamente só eu mesmo posso compreender
essas palavrasque se atropelam, como a dispersão de uma onda sobre
a outra,
quebrando sem se acabar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

gi,


não sou bom em expressar o que se passa aqui dentro. as

pessoas devem achar que sou nada, que sou vulto, presença,
fumaça perto das janelas, platéia sem som. o primeiro poema
feito pra mim, ah, lindo lindo! pode até ser os teus votos no
casamento em Las Vegas, hahaha. foi tão bom te
reencontrar:
no momento certo. estamos melhores do que já fomos,
mas com
aqueles mesmos pontos claros de dor boa na alma. na medida da

minha gaveta: contigo eu posso ser sem me antecipar, me
sinto entendido sem precisar te entregar nada além dos
olhares e sorrisos que trocamos. tu me dá essa sensação tri
boa de pessoa
querida na minha vida, me fazendo bem.
bjos, batatas fritas assassinas e cervejas pro casamento, rs.

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caí da escada e rolei três andares abaixo: não passei. tinha

tanta certeza que seria aprovado, que foi complicado me
acalmar e não responder 'obrigado por NADA' pro examinador
quando ele falou lenta e sinistramente com voz de quem está
atrás do ventilador 'infelizmente você reprovou'. claro, não
adianta bosta nenhuma eu ficar pensando demais, mas é incontrolável.
pensamentos são invasores, parasitas. não é o fim. fecho os olhos
e lembro, mas não é o fim. hoje já ouvi Chelsea Girls 917349847
vezes e não quero dormir. vou fazer de novo. pra quê eu preciso
disso, pra quê?

[e pela minha lei, a gente é obrigado a ser feliz] -Chico Buarque
ficar em pé na porta e sentir o vento logo depois de acordar
traz uma sensação tão boa por alguns segundos, que é possível
esquecer de tudo tudo tudo, ou quase tudo. logo os olhos ardem,
não tenho pernas e as costas querem ir ao chão, mas não tem
jeito: a gente é obrigado a continuar, mesmo que não se sinta
feliz. o dia todo pela frente, falo assim, como se os meus dias
parecessem dias, como se minhas cinco horas não parecessem
dez e como se realizar as vontades de agora eliminassem as que
virão em seguida. queria ser cativante, ter menos silêncio na
face e uma altivez inexistente em meu corpo. mas ah, é assim:
ossos, campos, contas e planos que se dissolvem até o fim do dia.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

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eu sou a noite de hoje.
e meus pensamentos só ficam no amanhã. me exclui dessa
putaria, guarde o amor, a paixão e enfie no seu cú. fugindo já já.

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dois pesos: duas medidas. era um atrás do outro, cada
segundo me carregando pra escuridão de um sono inquieto.
não estava dormindo nem lembrava de respirar.
quem é você? quem é VOCÊ? o telefone toca.
[oi]
(oi)
[te acordei?]
(sim)
[humm]
(me acordou)
[foi mal, que ta fazendo?]
(dormindo! tava, né...)
[quer sair?]
(oi?)
[quer sair c-o-m-i-g-o?]
(agora?)
[é]
(vamos onde?)
[pro meu mundo.]
(só vou se teu mundo tiver cama e aquecedor)
[meu mundo tem sexo]
(em 15 minutos)


flertamos loucamente pela segunda vez em uma semana.
vinho, miró, cartas, um beijo quando estou pensando em
ir embora. não solta a minha mão. não agora, finjo tudo
até amanhecer, como se tivesse dormindo a noite inteira.
lavo tua louça e organizo meu caos. tenho 3 dias inteiros e
o medo de não ter confiança por não ter certeza. fim de noite
em apartamento frio e desconhecido. sem dor, sem pensar:

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estou sem pernas hoje. saldo negativo, sem socorro,
tantas coisas e nenhuma droga que possa resolver
todas. tinha uma calça dentro da outra como quem
usa duas camisetas, engraçado. estou sem pernas
hoje, sem comprimidos, sem sono e com muita vontade
de dormir. eu preciso dormir. eu preciso passar, preciso
ter pernas amanhã e passar nessa merda.

domingo, 2 de agosto de 2009

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odeio essas perguntas prontas que me lembram como
as coisas não estão como imaginava que
estariam.
certo que não. gosto dos jogos, desses
detritos no fim
da noite, assim, logo antes de dormir
sentir tudo que
ainda estará ali quando acordar. as vezes
sinto ter certeza
de que conseguiria continuar por mim
mesmo, assim, sem
a ajuda de ninguém mais. mas a noite
vai indo agora sem
tuas tramas e exageros e, de certa forma,
sinto falta de
tudo isso. misturo tudo o que penso e já
não sei o que é
prioridade, não sei se dou meu nome ou
se apenas espero
cantando e vendo o tempo passar.

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continuo ouvindo Everybody Hurts ou assisto Altas Horas?















morri.

me socorre, Bukowski.

acho que nem faço valer minhas cicatrizes. olho e vejo a beleza
que já foi indo, que correu duas quadras e cinco ligações depois.
seis andares abaixo e sem açucar, a noite não é minha hoje. há
tempos não sinto ter alguma coisa. acordo sem as pernas e é dificil
continuar dormindo ou conseguir levantar. a chuva parou e as
desculpas pra ficar em casa se foram. me rendi. desisti desse hoje
e agora não queria mais estar em casa: parece tarde.
os comprimidos acabam comigo.
seis quadras, dois andares, sem identidade e sem minha marca de
cigarros. canso, quero, me arrumo e desisto. quero uma sala mais
vazia e ninguém no quarto ao lado. estou no lugar dele agora: sete
meses atrás. porra! oito meses já, acho. entendo. sábado de merda.
queria pedir socorro e alguém me socorreu, mas merda, afundei no
meu vazio novamente. quando as coisas não deviam ser, começo a
relembrar tudo isso justamente num sábado que tanto reclamo não
ter sido e me deixo atingir. tem certeza que deseja apagá-lo? SIM.
é simbólico, sei, mas precisava fazer alguma coisa. preciso beber
alguma coisa pra deixar de sentir o teclado e as pessoas do quarto
ao lado. preciso que alguém me reescreva e desconfio que posso sair
correndo pela noite agora que a chuva parou. tenho certeza que te
apagar não foi nada. que não fomos nada e que em algum momento eu
soube pra onde estava indo. com liberdade, reescreva.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

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ela diz que as coisas que podemos fazer estão aqui.fala sobre
cores e que me ensinará a cantar, mas desisto com essa cara
amassada no espelho depois de dormir a tarde toda novamente.
procuro incessantemente por músicas novas, tentando preencher
alguma coisa, essas músicas de sempre já não ajudam mais. é,
conversamos sobre as coisas e não tenho certeza de como tudo
foi acontecendo. concluimos juntos que devemos fazer tudo o mais
rapidamente e que agora, com quase 20 anos, perceber que o tempo
corre e que tudo o que queria ter feito ainda está nos meus planos
pra logo(rápido rápido) mas que a idade -provavelmente- não os
acompanharão.ter 30 anos e só ter feito as coisas que era possível
fazer? nãão: MEDO.e novamente esperar um semestre, e no final
dele talvez ser possívelfazer alguma coisa por mim mesmo ou agora,
com a coragem que aindanão tenho, pegar minhas mochilas, largar
tudo e ver que não era bema assim. whatever, espero mais um pouco,
até não ter dúvida.





chega de verdad é o que a mulher diz, tô tão infeliz,
um crucificado deitado ao lado, os nervos tremem
no chão do quarto por onde o semên se espalhou
Lobão tem Razão, Caetano Veloso.

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algumas coisas salvam o dia quando a noite chega,
mas não consigo salvar essas tardes irritantes.
quero tanto dormir e isso me chateia tanto que não
consigo aproveitá-las acordado.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

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e no fim da conversa ele diz "não vai dar certo". respondo com
um "umhum" e lembro de Aline Moraes caminhando na rua de
baby doll fumando um black. fico rindo assim, levanto e peço meu
'Carioca-Chico Buarque' de volta e ele não sabe onde está.
ele n-ã-o-s-a-b-e onde! claro, eu poderia brigar por um cd, gritar
e jogar um copo na parede, o que é ligeiramente excitante e que
provavelmente acenderia alguma coisa e talvez até acabaria com
aquele "não vai dar certo"; mas fico calmo, f-i-c-o-c-a-l-m-o e troco
de música. de Nico -que deprime- vamos à Strokes e Bauhaus. não
brigar não resolve nada: sempre chega a hora, e o almoço quer voltar,
eu quero dormir. volto pra casa e tudo isso despejado sobre a cama.

não quero casa, não quero ter lugar. queria um vazio na rua, mas passou.

domingo, 26 de julho de 2009

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a vida é tão feita, aqui e agora. e a gente é tão

largo querendo diferença e borrões de tinta. é
dificil sentir que este é o momento ou que todo
o restante da noite não precisa ter fim. o qeu
parece não ser preenchido é terrivel de viver,
mas é tudo o que acontece, nada está vazio,
apenas a sensação. e como se enche a sensação?
provavelmente a resposta seja a chave, o tal de 'O Segredo'.
acho que a espera é válida quando não se espera
sentado, então, vou reecontrando amigos
bons, vendo o que passa e dormindo na casa
de alguém quando queria meu próprio travesseiro;
mas isso são os borrões: pintar sua própria parede
com a cor que preencha (ou não) todas as sensações.

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e daí que ta frio. e daí que não dá vontade de fazer nada.
e daí que depois de tantos dias e de tantos assuntos nem
sei o que quero dizer. e daí que o sono não vem, o cigarro
não basta e as músicas não se encaixam.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

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e todos os anseios devorados com uma colher. entender
os outros é tão difícil quando evitar esta última mentira,
sabe? todo o mundo diz, todo o mundo pensa e todo o
mundo jamais pára de desviar os caminhos pra verdade.
me arrependo pelas colheradas, mas já foi. tenho a tarde
toda. ter a tarde toda pela frente sempre me assusta já que
parece grande demais pra suportar; estranho, pois a noite
é maior, mas nunca insuportável. mesmo que dolorosa, ela
sempre traz a possibilidade de algum conforto, qualquer um:
o sono é menos culposo, a vontade das mãos é livre e
a escuridão abstraindo os pensamentos sobre continuidade,
futuro e todas essas coisas que tornam o tempo insuportável.
talvez esse pensar demais estrague tudo. ou talvez salve o
que venho a achar digno em mim, não sei. toda a preocupação
deve fazer parte de tudo o que sou em qualquer região dos meus
pensamentos. tanto faz, ainda a tarde inteira, ainda a
saciedadeque chateia, ainda as marcas das sensações altas.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

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talvez agora eu entenda. claro, existem esses ciclos em

que achamos que entendemos de tudo e logo que eles terminam,
outros se iniciam e percebemos o quanto sabemos agora
que não sabíamos antes. talvez agora eu entenda mesmo.
claro que não será um entender definitivo, mas esclarecedor.
sempre conheci o frio no estômago, o tremor dos lábios
querendo se esticar em puro sorriso, mas dessa vez parece
mais empolgante que os anteriores: leve, divertido, sem
nervosismo ou necessidade de compreensão e controle. e
não sinto estar em transição, estes dias trazem a visão
de um lugar, de caminhos em branco, de alguma coisa
que termina num ponto. não leio frase, mas posso ver O ponto.
talvez eu esteja nele ou em uma palavra antes da
pontuação,
mas o que liberta o meu entender esclarecedor,
é enxergar toda
uma pauta a ser preenchida, compreende?
não? nem eu.
mas sinto, e sentir é puro frio, é puro tremor,
é pura vontade
de estar acordado: tarde fria com garoa, café
quente e um abraço
escondido no piso gelado da tua casa em construção.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

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voltamos à programação normal:


tudo inconstante, um pensar vago sobre a neblina,
como se o hoje fosse todo pelos próximos dias que
devem chegar rápido. sinto as coisas passando como
um som pesado. sou o som, ou estou nele. são
sintomas riscando a mesa, manchando as mãos e
se apagando com o tempo, deixando frases incompletas
de alguma fase que passou. a música e a xícara vazia
parecem juvenis demais. tudo poderia, tudo eu
deveria estar e, nas conclusões dos meus olhos já cansados
de acordar, acabo não sendo, acabo não fazendo nada.
sempre é um sentar, ou caminhar rápido sem atenção.
e logo esqueço que queria passar por isso, reagir ao
que tenho achado errado, mas os olhos acordados
insistem em querer descansar. então descanso e acabo não
sendo, acabo não fazendo. sem desistir, só vou adiando.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

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como posso brigar com alguém que, quando digo que
estou super feliz porque peguei APENAS um exame
na faculdade, pergunta se ainda tenho aquele Damien
Rice que me deu de presente 17318748 anos atrás e
diz "vai ouvir, felicidade repentina não combina contigo,
e vai estudar os 80 artigos pro exame e depois volta a
falar comigo como a pessoa de sempre"(?). obrigado pelo
incentivo à alegria, Bianca-de-tpm-quer-acabar-com-a-alegria-alheia.
mas fui ouvir o Versus, do Kings of Convenience e contar pra
minha mãe que a vendedora da loja de lustres era colega dela e me
reconheceu, oi.e deu três beijinhos.aloka e disse como
estou crescidinho, não estou? ã,ãh, não estou? cuidado com
as vendedoras que já foram colegas da sua mãe e ouça o KOC.
sempre ficadica.


I know i've been a lier*
And i know i've been a fool*
I hope we didn't break it*
But i'm glad we broke the rules*
My cave is deep now*
Yet your life is shining through*
I cover my eyes*
Still what i see is you*

the animals were gone, Damien Rice.




*sim, não resisti. to ouvindo todo '9 crimes'. DEPRESSÃO . HAHAHA.


domingo, 5 de julho de 2009

walk away

sorrindo como se funcionasse. fiz uma lista de músicas

que me lembram pessoas, e esse nome insiste em repetir
e repetir e repetir em diversas músicas. The Dandy Warhols:
era bom te ver. eram tardes de terça-feira, sacada, piso
vermelho, horas e horas sem querer nada, sem nem nos perceber;
braços retos e ninguém cambaleandopelos bancos. nossos beijos
tinham rosto, palavras e vontade de olhar. os sábados pouco
interessavam: tinhamos a sacada e os pastéis: não precisava
caminhar e não dormir nada tinha com o cansaço.

o que é verdade quando eu pude dormir bastante? o descansar
não faz bem quando o propósito é despertar o que se observa
dentro de si mesmo. e percebo que tudo que dói e é bom já
passou e parece fantasia. as coisas passam e terminam de forma
tão evasiva; as coisas se distanciam e retornam sutis como se
nada fossem além de estrelas que giram na mente, situações
que no fim de noites cansativas, nem sabemos se realmente
aconteceram. durante esses segundos lentos a loucura é refúgio,
fim do caminho, êxtase pra necessidade de esquecer. mas o
real aparece no amanhecer, num motorista sério, num beijo
estranho e sem rosto e sem palavras e sem vontade de olhar,
apenas a vontade de passar. quando mais adiante vou indo,
mais percebo que o quanto queria viver pra sempre alguns
momentos que passaram.

as músicas da lista são muitas. só quatro pessoas são lembradas.
só uma valeu a pena. só uma me mantém extenso. só eu não
tenho me libertado das coisas, insistindo num medo de que nada
mais aconteça.
a lista termina.
percebendo, caindo, lembrando:domingo parece nunca querer acabar,




esquecendo, aprendi a manter.